terça-feira, agosto 29, 2006

Entre outras coisas.

Um blog está me ensinando muito. Entre outras coisas, a ser desapegada do que escrevo. Gastei bons minutos contando o que foi minha passagem pelo Rio de Janeiro e não sei como tudo se perdeu.
Trabalhar a memória, a escrita e principalmente o desapego.
Posso ser uma Titinha melhor:)
A seguir cena dos próximos cápítulos: O Rio que passou em minha vida!
Agora, estou atrasada e devo me preparar para trabalhar.
Bom dia!

Meu beijo e meu carinho
Tita

Foi assim, lá no Rio...(não é para qualquer um)



DIA 1

Chegar no Galeão e ter uma amiga (linda!) esperando, num astra cor-de-rosa.

Passear pelo salão da fundação de literatura infantil e juvenil, no MAM (http://www.fnlij.org.br/salao/seminario.html). Você que gosta do assunto, não perca. Livros e novidades com precinho melhor.

Almoço no Vegan Vegan, perto da cobal do Humaitá(ai, será que é isso?), e descobrir um pouco do que é ser ovo-lacto vegetariano ao comer um bobó de shimeji(estava bom!), com torta de banana com castanha do pará para sobremesa(nada de leite e ovo...Será que é mágica???).

Voltar ao carro e concluir que algumas pessoas não sabem mesmo ver cor..."Dona seu carro é rosa??", sim é rosa (dãããr). Por que as pessoas insistem em perguntar o óbvio ao invés de tentar descobrir o que não é óbvio? Essa pergunta, eu que era uma simples passageira escutei várias vezes. A dona do carro já pouco se importa e logo manda um "é da empresa, moço!" e toca em frente.

Na tarde, acompanhar um trabalho que é muito diverso ao meu, e talvez por isso me encante. Uma reunião de consultoras de beleza que parecia um café entre amigas com troca de experiências e claro, dicas de beleza:)

Jantar que seria totalmente paulistano, uma pizza no café do supermercado pão de açúcar, não fosse por estarmos na Barra da Tijuca, ou simplesmente Barra.

Casa da amiga e xodó com o Caco, o bichon frisé que é um fofo!

DIA 2

Acordar cedo para acompanhar um ultra-som da gravidinha preocupada com sua bebê. Qual grávida não é? Quando eu ia fazer esse exame nas minhas gestações eu mal dormia pensando na carinha que eu veria, se tudo estaria bem...Enfim, ela está começando bem a maternidade!

Café da manhã na varanda carioca que me acolheu tão bem. Luz do sol, pão integral, chá canadense, queijo fresco e um cachorro que daria tudo para comer o que eu estava comendo!

Almoço no Celeiro, especialista em saladas no Leblon. Não sem antes passar na livraria Argumento e fazer uma comprinha...Sim, em uma livraria cometo meu maior crime de luxúria. Seria isso mesmo?

Passear livremente a tarde em ótima companhia da moderadora M30(mulheres de 30) e da dona do carro rosa. Lembrar repetidamente o que você estaria fazendo se não estivesse nessa sexta-feira no Rio e acrescentar um gosto especial ao programa.

Um pouco de shopping, nada tão legítimo para M30s. Eu estava precisando de sandálias especias, com uma dose de conforto, que encontrei no Rio (www.mrcat.com.br). Olha o merchandasing! Mas vale conhecer!

Seguir para um chá chique e pra lá de especial no restaurante a beira da piscina no Copacabana Palace. Com calma, pensar que até comeria um misto-quente, por módicos 28 realetos, se tivesse com um tico de fome. Pedir uma carta de chá ao garçon já imaginando o que estaria por vir e ser informada que não existe. Então, por gentileza, traga três chocolates quentes! Seja o que deus quiser! Em meio a prataria, torradas, variados tipos de pãezinhos, geléias e mini muffins nos sentimos de fato especias. Fotos para registrar tudo. Na hora da conta lanço mão da minha bondade, me mostro magnânima. Acerto tudo como uma gratificação ao carinho a mim dispensado pelas meninas. Dou 20 reais ao garçon e oriento que ele pode ficar com o troco! Como demos risadas!

Buscar o marido no aeroporto. Eu já estava saudosa! E de lá, ir ao Gula Gula, que tem várias unidades no Rio. Uma variedade de pratos, todos bons. Lugar gostoso. Penso que deveria ter um Gula Gula em São Paulo!

DIA 3

Café-da-manhã em hotel. Para mim essa frase diz muito! Vendo GNT na manhã preguiçosa assisto um programa de viagens com a Mel Lisboa. Lembrar que a moça é bonita, chique e exótica. Me mostrou Chicago com uma elegância... Sinto muita falta dos canais da globosat, que por problemas com a operadora a cabo não tenho mais. São insubstituíveis, uma pena.

Almoço no Turino, restaurante italiano com vista para um dos lagos que a Barra tem. Linda vista de um dia ensolarado. Agora encontrar a minha amiga mais pintada e seu marido. Comer camarões gigantes. Huuuummm....

Sobremesa no Garcia e Rodrigues no Leblon com café(delicioso!) somado a um bolinho (o que que é aquilo, minha gente ?). No caminho Barra- Zona Sul pela Av Niemayer um dos melhores postais do Rio. Depois dar uma volta pela orla do Leblon e Ipanema. Meu Deus, tudo lindo por aqui!

Ainda com um fio de fôlego somos levados como rei e rainha para ver o pôr-do-sol no Arpoador. Agradecer por estar viva e estar vendo aquilo. Entender o motivo que faz algumas pessoas aplaudirem aquilo que vêem. Na simplicidade encontrar a grandiosidade.

Banho no hotel. Rápido. A noite seria nos quiosques da Lagoa Rodrigo de Freitas. Tentamos , mas um vento não habitual nos tirou de lá. Não sem antes sacarmos umas fotitas... Enfim, achar nossa mesa no Conversa Fiada do Jardim Botânico(depois de passar no do Leblon e no de Ipanema, os dois lotaaados). Descobrir o motivo das casas estarem lotadas. Tudo lá é gostoso e a cebola assada recheada de camarão(vários!) pra ficar na história. Quando vai abrir um Conversa Fiada em São Paulo, minha gente?

Voltar para o hotel, mesmos perdidos, de carona com o casal pintado e a Luluzinha. A cantoria no caminho por causa da alegria imensa(e o chopp insistente). A passagem no Rio continua fazendo história.

DIA 4

Cancelada a visita a Niterói. O ritmo ia puxado, e na verdade se faz necessário deixarmos pontos para garantir um retorno. Breve, se possível.

Almoço no Ataulfo no Leblon. Um por quilo com grande variedade. Lembrei que eu já havia almoçado lá, certo dia, no século passado.

Depois novamente café no Garcia Rodrigues. Estávamos tão perto e era tão bom...

Passeio ao Forte de Copacabana. Mostrar o Rio aos cariocas(rsrs). Uma vastidão de mar, rochas(e o barulho do mar batendo nas rochas), montanhas, orla, prédios...e a favela do Canta galo, só prá lembrar onde estávamos. Fechando o feriado por mim institucionalizado com chave de ouro!

De volta ao Galeão, pensando nas crianças troianas lindas que nos deixam com saudades. Aquela vontade de ter o pó de Pirlimpimpim.

Chegar em Congonhas e encontrar quem? Mel Lisboa. Cruzei o olhar com ela e dei um sorriso cúmplice de quem fazia tempo que não via e estava a reencontrando de novo nesse final de semana. Ela me sorriu, sabendo que eu a conhecia...

Agora sim, espero que entre esse "resumo" desses dias em que fomos tratados como se fôssemos a Rainha Tróia e seu Rei. E quem disse que não somos? Aqui está masi uma forma de agradecer a você cariocas citados, pessoas tão especias pra mim.

Meu beijo e meu carinho,

Tita

segunda-feira, agosto 28, 2006

Por onde andei...

Morro Dois Irmãos, visto do Arpoador.

Não, não fui a droga raia...Estive em ótima companhia no Rio de Janeiro, conheci melhor a cidade que continua maravilhosa. Agora sim, fim de férias, voltar pra vida. Voltar a escrever aqui.

Boa semana,

Tita

terça-feira, agosto 22, 2006

Uma Super Eu


Sonho

Eu sei que todos se preocupam
Com o que eu serei quando crescer.
Mas na verdade poucos encucam
Com como é que eu vou fazer para ser.

Se fosse fácil como dizem e pensam
Outros antes poderiam fazer.
E como o que querem sei que poucos alcançam
Não sei como farei para o desejo deles satisfazer.

Em que situação eles me colocam,
Preocupam-me com o que os outros podem ver.
Assim sou obrigado a deixar de lado e esquecer
O que meus olhos podem e querem ver.

Ah, sabe de uma coisa,
como eu queria ser um
super-herói!

Este poeminha é um da série que tenho que um menininho dentro de mim escreve, sabe.
Mas tudo isso para uma constatação:


Hoje é um dia que eu precisava ser uma super heroína...


Meu beijo e meu carinho,
tita.



domingo, agosto 20, 2006

eu


Nunca foi tão certo: não sei onde quero chegar mas sei que estou chegando. E isso é bom.

Ai, como me perco!

Vou tentar de novo.

Ia eu postar sobre o almoço maravilhoso do qual acabo de chegar. Um almoço em família, daí o motivo de eu ter aberto a sessão abaixo com uma foto de família, que não é a minha e sim família Andrada(de um povo famoso de Santos e porque não dizer do Brasil), mas que guarda semelhança com meu sobrenome que mantém a estrutura básica e troca a vogal do final.(ãhn?-percebo, pela minha forma de escrever que hoje não estou muito normal...Desculpe a xaropada.)

Enfim foi um almoço em que promovi uma misturada. Peguei minha família, meu núcleo doméstico e juntei com meus pais(mãe que veio ontem de Santos "distrair" os netos e pai que veio hoje) e com minhas irmãs(senti falta do cunhado...). A do meio bronzeada, chegando de férias com presentinhos do nordeste(obrigadinha!).A caçula entregando pedidos e anotando outros, faltava mesmo uma bela consultora de beleza na família:)!

Estava bom, mas acrescentei amigos, que de tão bem escolhidos por mim que são, somam a minha família e a ela se amalgamam sem nada ficar a mais ou menos. Uma querida M30 que do Rio está aqui a trabalho - como ela é linda, como ela é delicada, como ela é querida, como ela é e ESTÁ especial! De quebra ela trouxe mais uma amiga, que se entrosou bem a tudo. Mais minha irmã gêmea postiça e ruiva de olhos azuis, dessas que lamento ter demorado 33 anos para ter conhecido. Ela com o maridão, compadre fiel ao meu. Amizade canina, no sentido mais puro que a expressão tem. Todos se divertindo e todos conversando. Todos os assuntos. Cada um a seu jeito tornando meu almoço especial. No fim é isso, essa gente é minha família.

Prolixa e ramificando pensamentos, essa sou eu hoje. Tentando colocar um pouco do meu domingo no seu.

Meu beijo e meu carinho,
Tita

Família

Família êh
Família áh,
Família!


Domingão de sol em São Paulo. Sol vai, sol vem, se é que me entendem. E nessa indefinida presença-ausência do astro rei segue aquela dúvida quanto ao tempo (e aqui me refiro ao clima)lá fora. Dúvida essa seguida da pertinência de outra cabível a qualquer ser humano que more em São Paulo: Que roupa devo vestir, afinal? Não bastasse ficar receosa quanto a minha opção devo escolher para uma menina(com ou sem meia calça?), e para um menino(sandália ou tênis?). Não mais fácil é responder a questão que o marido faz ao sair do banho: Amor, tá frio lá fora? Ah, sei lá...
Inverno em São Paulo, estamos tendo uns dias de rachar coquinho(essa eu aprendi hoje com a Claudinha MK e adorei!). Por que não citar Nandito, "O mundo está ao contrário, e ninguém reparou". Espero que, quando a gente perceber e fizer algo de fato a respeito disso, não seja tarde demais.

Beijos,
Tita
PS: Posto em rosa em homenagem a líder da poder rosa, Claudinha MK!

sexta-feira, agosto 18, 2006

Sem tempo

Minha gente,

Não é descaso,
Não é desgosto,
Não é descuido,
Não é desfecho,

Não é por nada.
O nome é Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia.
Isso tem me tomado muito tempo nesse dias.

Volto logo, beijos.
Tita

quarta-feira, agosto 16, 2006

TEMPO

Tempo, dá um tempo
Você não se toca
que não é preciso correr?

Tempo, dá uma trégua
Você não se cansa
de ver tudo prá trás?

Tempo, dá uma folga
Você não percebe
que eu tenho de viver?

Tempo, dá um descanso
Você não sente
que assim há muito a perder?

Tempo, dá um alívio
Você não nota
que se atrapalha e deixa passar?

Tempo, dá uma pausa
Você não repara
que é necessário respirar?

Tempo, te perdôo
por ser teimoso e brigar comigo,
por não me deixar parar para ver o tempo passar.

(Outubro de 2205)

Como é dificil algo que deveria ser fácil, viver no presente do indicativo. E sempre achamos um responsável, fora da gente, culpado pela nossa própria decisão.

Meu beijo e meu carinho!
Tita

terça-feira, agosto 15, 2006

Saudade


Não consegui sair do clima da postagem de ontem. Vou novamente citar o Chico Chique Buarque.
Porque ele aqui descreve a saudade dolorosa e nos faz capaz de sentí-la, nas suas minúcias.

Pedaço de Mim
Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar


Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais


Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Nessa música, Chico fala da mãe de Carlos Alberto de Freitas, morto sob tortura e incluído nas lista dos "desparecidos" na época da ditadura. Maria, a mãe, continuou arrumando o quarto do filho, todos os dias, como se ele fosse voltar para casa.Ela só parou de fazê-lo, quando em 1997, recebeu das mãos de Nilmário Miranda, a certidão de óbito expedida pelo governo federal: reconhecimento da responsabilidade do Estado na morte de Carlos Alberto. (fonte: orkut, Tania na comunidade analisando Chico).

Meu beijo e meu carinho,

Tita

segunda-feira, agosto 14, 2006

Zuzu Angel

Ontem fomos ao cinema, assistir ao filme que tive a impressão que demorou a ser feito. Na verdade, pelo que li, já era uma idéia que existia há mais de 20 anos. Me impressionei com o poder criativo dessa mulher da classe média que almejava de início apenas a sobrevivência digna. Mineira(nascida em 1921, mesmo ano que minha avó) que morou alguns anos na Bahia, se instalou por definitivo no Rio de Janeiro em 1947, onde viveu até 1976, ano do seu assassinato. Casou-se com um americano "porra- louca" e omisso e se separou ainda com filhos pequenos. Daí, sua necessidade de subsistência. O que ocorre é que seu filho Stuart (o Tuti), único menino e caçula de três filhos, embrenhou-se desde muito novo (10 anos cita o filme) na luta por seus direitos e ideais. O problema é que isso se deu na década de 70, época essa que todos sabemos, vivíamos sobre um governo militar, e defender seus direitos e ideais era ato subversivo da pior qualidade.
Sentiu-se mal por não ter apoiado seu filho em sua luta desde o início e depois se mostrou tão corajosa quanto ele - "Eu não tenho coragem, coragem tinha meu filho. Eu tenho legitimidade", disse ela.
O filme vale pela atuação da Patrícia Pillar e do ótimo Daniel de Oliveira. Pela Elke Maravilha(oh, imortal!) e posso dizer que também pela Luana Piovani. Vale pelo figurino maravilhoso, que nos dá uma idéia de onde a cabeça dela poderia alcançar. E o quanto de fato era e é revolucionária. No entanto, saí com a sensação de que a angústia que ela viveu na repressão não foi transmitida com a devida fidelidade. Não se mostrou nada em relação a sua preocupação no movimento criativo de não ser censurada em suas peças...Ou será que isso não existiu? Ela poderia usar de fato as cores e combinações que quisesse sem nenhuma interferência da censura? Ela sabia-se grampeada e cheia de escutas em casa, mas em nenhum momento isso foi mostrado, esse receio de ser público; e para a pior gente, seus inimigos, seus diálogos e até pensamentos. Assim é que se vivia na época, pessoas que muito menos faziam viviam com esse peso.

Mas tem algo que me diverte muito. Eu tenho prazer em ouvir no final de uma sessão de cinema ou teatro os pareceres dos que também assistiram. Raras vezes sábios, muitas vezes equivocados e na maioria das vezes hilários. Ontem, a mocinha de quase vinte anos conversa com o namorado na saída. Eu gostei, disse ela. Ele verifica: "triste, né?". Ela complementa com um : "Sei lá, mas o que eu queria é que tivesse justiça no final". Pobre moça, ela sem dúvida está acostumada com filmes norte-americanos. E ela não sabe nada de história de Brasil. Isso me assusta pois não estamos falando de um passado muito remoto. É algo muito recente que ainda mostra muitas cicatrizes sangrantes. Não é à toa que se ouve: coloquem os militares na rua de novo! Tremo na base e constato, irremediada, que essas pessoas não podem saber sobre o que estão falando, sobre o que estão pedindo.

Agora, o filme se fecha com muita justiça sim, com a linda canção Angélica, que Chico Buarque fez para a própria anos depois de sua morte. Prá lembrar que algumas pessoas conseguiam, da sua forma, se expressar e tentar levar o Brasil prá frente. E que essas pessoas ainda estão vivas e fazendo história. É tudo muito recente, minha gente.


Sobre o filme no site: www.zuzuangelofilme.com.br , onde também se escuta a toada triste da canção do Chico.

Angelica

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar

domingo, agosto 13, 2006

Filosofando (filhos fazem filosofar)





- Mãe, Hoje é Amanhã?
- De Ontem, sim, meu filho.






Eles nos pegam de surpresa e as respostas óbvias às vezes são sábias. Ainda estou um pouco no tema de ontem...

Minha comemoração de dia dos pais foi fantástica, espero que a sua também.

meu beijo e meu carinho,
Tita.

sábado, agosto 12, 2006

Um meio termo (ou entre o vivo e o viverei).

Cabeça de férias. Tento não pensar no que é o meu dia-a-dia e me esforço em afastar-me dele com a mesma velocidade em que vi meus filhos correndo pro mar hoje. Fazer castelos de areia na parte seca. Depois na parte molhada, próximo do mar. Castelos mal-assombrados, com direito água represada ao redor, cheia de improváveis jacarés. Lembrar de quando era criança e me enchia de areia molhada, deixando apenas o sorriso branco para a foto, que vinha na sequência do preparo do corpo. Ensinar a eles o que é liberdade nessa corrida contra o vento. E não saber o que é liberdade na vida real. Pais fazem isso constantemente, ensinam o que não sabem ao certo o que é.
Aproveitar o presente, controlar a ansiedade por saber que não escapamos do implacável futuro. E dar graças à Deus quando chegamos ao futuro. "Não se afobe, não, que nada é pra já", dizia Chico Buarque na linda "Futuros Amantes". Mas só tenho férias por mais uns dias. Tudo deve ser prá já. Aproveitar o dia de hoje, com intensidade e saudade de quem já pensou em como será o dia amanhã.

Meu beijo e meu carinho pra você que me visitou,
Tita

sexta-feira, agosto 11, 2006

Jardim da Luz, São Paulo continua linda...

Natureza

Você pode me querer
mais alto
mais bonito
mais sábio
mais gentil
mais carinhoso
você pode querer
mas não é
da minha natureza.


Sempre esperamos das pessoas algo mais. O problema é quando não entendemos a nossa natureza...

quarta-feira, agosto 09, 2006

PNEUMOTÓRAX

febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tose, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:
- Diga trinta e três.
- Trinta e três...trinta e três...trinta e três...
- Respire.
.................................................................................................................
- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Manuel Bandeira)


A nossa vida é inteiramente ela de escolha. Maiores ou menores. Desde o primeiro minuto que acordamos até no momento do término de mais um dia, tudo são escolhas. Decidimos o horário que o despertador irá nos chamar, indócil. Depois optamos por mais uns minutinhos antes dele gritar de novo...ou não. Escolhemos se teremos pão, café com leite e frutas, ou simplesmente um copo de iogurte antes de sair de casa. A roupa que vestiremos também é resultado de uma seleção, dentre as opções do nosso guarda-roupa. A marca da nossa escova de dente e creme dental, bem como do sabonete também passou pelo crivo de nossa escolha.

No entanto diante de tantas escolhas tidas como bestas e automáticas tem aquelas que nos paralisam, nos fazem acreditar que tudo pode ser radicalmente diferente se fizermos a opção errada. Tudo pode ser arruinado se o caminho escolhido for o errado.

Como a minha paciente que decidiu o caminho que não é o do coração quando se afastou do seu verdadeiro amor. Ela na meia idade e solteira já com filhos grandes. O namorado um senhor muito bom, segundo ela, que viaja às vezes para trabalhar. O problema é sua profissão: matador. Recente havia viajado até a fronteira com Paraguai para um serviço. Ela, na cumplicidade que um bom relacionamento propõe, acabou sabendo coisas demais, que a tornaram perigosa por seu conhecimento da vida alheia. Quase acabou morta na cama de um motel pelo próprio amado, que não queria vê-la sofrer depois por tudo que já sabia. Ele julgara que ela já sabia demais para continuar viva, no entanto não consumou o ato. Já estava apaixonado demais por ela. Veja, "dotora", é um homem é muito bom, me deixou viver e me recomendou dizer sempre: eu não sei de nada. Ele me deu muitos presentes bons, muito amor, mas Deus me mostrou que não posso mais ficar ao lado dele, apesar de amá-lo muito. Já havia decidido quando passou em consulta comigo.

E uma amiga minha que está prestes a mudar de emprego. Anos de dedicação numa empresa, para perceber que o ciclo lá estava esgotado e precisava desgarrar as raízes para poder usar suas asas e voar, como diz um de meus autores favoritos, Mia Couto. E se ela estiver trocando o certo pelo incerto? Ou trocando seis por meia dúzia, mas com um terrível gasto de energia que pode ser doloroso? O fato é que se pensarmos muito, não fazemos escolhas e a vida fica estagnada. Uma confortável sensação de segurança que não é justificada pela quantidade de perdas que acaba nos trazendo a nossa aparente falta de opção.

Poderia listar aqui um tanto de escolhas tidas como maiores. Como se é melhor continuar um relacionamento morno e seguro ou buscar calor e emoção no novo? Comprar um apartamento em São Paulo ou usar o dinheiro para investir em sua carreira ou ainda num sítio com lazer completo? Morar fora para crescer profissionalmente ou continuar em seu país com menor risco e maior segurança e pouca saudade? Processar o filho da puta- com o perdão do baixo calão, mas considero palavrões tão apropriados para certas pessoas- que invadiu seus direitos e revolveu toda sua paz, ou não remexer mais em feridas doídas? É importante saber que os caminhos são imbricados e mesmo quando parece ser um o oposto do outro há como haver interligações e possibilidades de novas mudança. Nada pode ser tão rígido que não te faça mudar outra vez, se assim o quiser. E sempre há algo diferente a fazer, nem que seja "tocar um tango argentino".

Desse jeito mesmo é nossa vida, abarrotada de escolhas. Trago comigo a "filosofia" que aprendi aos dezoito anos quando tomava aulas de direção e o professor me disse: Menina, depois que você olhou para a rua para checar se poderia entrar, e resolveu entrar, não precisa mais olhar pra trás para ficar confirmando que não vem mesmo carro. O espaço já é seu. Você tem de olhar para frente e continuar dirigindo. Tão simples. Tão óbvio.


A todos que me visitaram, meu carinho e meu beijo!
Tita

segunda-feira, agosto 07, 2006

O show


"A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor"
(A letra A) - Nando Reis

O furacão que passou em minha vida

Final de semana esperado e bendito.

Começou na sexta-feira de manhã. Conhecer duas preciosidades logo cedo. Abraçar, beijar e simplesmente falar. Conhecer a voz e o sotaque daquelas meninas que parecem já ter espaço no meu coração há tanto tempo. "Anos, décadas , séculos e milênios que não vão passar" - Meu Deus, quantas vezes ouvi essa música ao vivo cantada pelo próprio autor... surreal. Elas me trouxeram sol e mais uns lindos presentinhos. São Paulo se abriu em luz e sol só para elas.
Sábado para mostrar e conhecer São Paulo, e de novo se apaixonar pela cidade. Tenho exatamente metade da minha vida que moro aqui...posso me acostumar, esse é o meu lar, "cidade cinza e linda em sua desobediência". Pastel de feira com garapa na Vila Madalena. Depois o legítimo chopps com dois pastel em um rodízio.
Domingo pra viver em família e mais emoções... mais show. Nunca tinha ido ao mesmo show por três vezes seguidas. Pular, cantar, dançar...isso que é lavar a alma. Estou de alma limpa.
Tão limpa que começo a acreditar em conto de fadas. Uma pureza que não tem tamanho.
Esse final de semana foi muito melhor que qualquer conto de fadas poderia supor.
Obrigada a cada pessoa que encontrei e fez esse final de semana ficar mais especial.

Miss Flowers e Miss Butterfly...espero revê-las breve, breve!
PS: texto entre aspas são versos de Nando Reis.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Platão

Aconteceu assim
Pensou ter vivido
planejou, sonhou
armou.
Entre sombras
viveu intensamente,
que o instante
cansou.

Dias depois
se põe saturada de saudade
de tudo aquilo
que inventou.


(04/01/2006),
a pedido de Lu Longo. Lu, seu desejo é uma ordem. Sempre!
Beijo!

A Picada da Víbora

Zaratustra tinha adormecido um dia embaixo de uma figueira, porque fazia calor, e com o braço protegia o rosto. Veio então uma víbora que o picou no pescoço, soltando Zaratustra um grito de dor. Quando afastou o braço do rosto, olhou para a cobra; então ela reconheceu os olhos de Zaratustra, contorceu-se desajeitadamente e tentou afastar-se. Ainda não! Disse Zaratustra, ainda não lhe agradeci! Acordou-me a tempo. Tenho ainda um longo caminho para andar.”
(Assim Falou Zaratustra, Nietzsche)


Amanhã é um grande dia. O dia esperado, o dia planejado.
Muita bobagem, muita risada.
Gente nova que já parece gente velha(as letras, no dia-a-dia, nos unem como um elo - ops ja´ouvi algo assim...). Gente velha que se sente como gente nova. Acrescente dancinhas e coros surreais. Muito U-hu, muito barulho. Férias.

...E um texto de Nietzsche porque também niguém é de ferro ( A vida segue e eu só tenho a agradecer!)

quarta-feira, agosto 02, 2006

Quem precisa dormir bem nas férias?

"Batatinha quando nasce
se esparrama pelo chão
os meus filhos depois que dormem
correm na madrugada
pro meu colchão."


Noite de frio aliviada por braços e pernas bem espalhadas pela cama.
Eles são os soberanos donos de todo e qualquer espaço.E são quentinhos.
A mim, só me resta correr pra cama deles, vazia.
E de manhã o pai é acordado bem cedo: "Cadê a mamãe? ". Após uma investida no apartamento me descobrem quieta na cama do menino. E logo já estamos todos lá, embolados de novo. É o amor...