sexta-feira, março 30, 2007

Areia por TiTa, dendritos e axônios em um sistema nervoso descentralizado?


Eu tenho meus segredos e planos secretos
só abro pra você mais ninguém. (Peninha) .
.
(tá bom, difícil, no momento está muitíssimo secreto. Para mim também)
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-
São as marcas dessa vida,
amarga vida,
amarga a vida.
São as marcas dessa vida,
dura vida
dura a vida.
São as marcas dessa vida.
corre vida
corre a vida.
.
(Que veio de: "Essas feridas da vida Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim - Vital Farias em veja/Margarida)
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.
Oquei?
O Quê?
besito
tita

Nada


Sexta-feira.

Nada a dizer,

tudo por fazer.


E pronto,
só esperar o fim-de-semana chegar.

Assim, seguindo essa receita,

mata-se mais um dia,

todo dia.





BOM DIA!

besito,

TiTa

quarta-feira, março 28, 2007

Paulo São

"São Paulo tem prédios demais, e este é um defeito. Mas prédios têm muitas janelas, e esta é uma qualidade. Poucas coisas são tão fascinantes quanto um janela aberta. Principalmente as com vista para dentro. Ou seja, para a vida dos outros." Andre Laurentino, publicado nO Guia do Estado, e em seu blog.

Ontem estive em São Paulo. Cidade que é a minha casa sem ser a minha casa. Não é o meu ninho, mas é difícil reconhecer, lá eu fiz um ninho. E comecei a criar dois filhos nele. Preciso de tempo para sentir a cidade se afastar. Ou tempo para que a cidade não me mostre mais suas marcas. Ou ainda, se mostrar, eu não as possa reconhecer. Como também não vou reconhecer mais cruzamentos, lojas, bares, e o frentista do posto de gasolina. Isso em algum dia.

Se tem uma coisa que eu adorava era a, dita no parágrafo que abre, "vista para dentro". Adorava me perder imaginando a continuação da decoração que a penumbra ao redor do lustre não permitia ver. E com a moda de paredes coloridas, ver luzes de cores diferentes em cada andar da sala no prédio da frente, que mesmo estando longe do meu, permitia incursões com meu olhar sempre curioso. Totalmente voyer. E da minha varanda, eu via aquele senhor de agasalho padrão mescla, que madrugava para fazer uma ginástica que poderia talvez ser yôga. E a dedicada faxineira que se defenestrava para deixar um vidro brilhante na janela. E a senhora que cuidava de seu jardim cultivado numa das varandas de São Paulo. E as crianças que comiam numa mesinha de plástico no final de tarde (bem, isso era na minha varanda mesmo!).

Aqui estou numa casa, e, da varanda de meu quarto não avisto muito mais que os pés de bananeiras já famosos. As casa da vizinhança não estão tão próximas. Uma distância que eu cobiçava quando tinha uma vizinha loura louca aos meus pés. Sim, no andar de baixo , claro. Não estou reclamando de nada. Estou é muito feliz, mas São Paulo deixou um buraquito em meu coração. E também um buracón no bolso. Chego, então, ao objetivo do post:

Alguém interessado em comprar um apê em São Paulo? Direto com o proprietário, chaves com o zelador. Só manifestar interesse aqui. Quanto a vizinha loura louca de baixo...vai que você gosta, né?

Besitos!
Tita

segunda-feira, março 26, 2007

Plantando Bananeira


Eu adoro banana, principalmente as nanicas. Se tiverem bem madurinhas, pintadinhas ...huumm. Bolo de banana, doce de banana bem apurado como o da vovó Lidia, torta de banana-muito festiva-da mami, bananinha seca. Me divirto.
E aconteceu de na minha casa nova ter umas bananeiras. Achei bonitas, enfeitam o jardim bem, dando, sei lá, um ar praiano (não, não estou confundindo bananeira com coqueiro, mas acho que guarda alguma sememelhança...).
E foi então que as bananeiras resolveram dar as ditas bananas. Essa da foto deu primeiro, mas agora a do lado também está com seu vistoso cacho. Fiquei toda feliz. Desde então ando fotografando, não tão metodicamente como planejei de início,mas estou tentando eternizar o momento das bananas no meu quintal.
Então vem a parte triste. Esse final de semana tivemos uns amigos em casa. E foi então que ela me contou. A bananeira , depois que deu um cachão de bananas, morre, tem de ser cortada. Nunca mais vai dar nada. Considerei ultra reacionário da parte da bananeira: como assim, só dar uma vez?. Mas parece que é assim, não há conversa. Desse jeito.
Aí, tive dificuldade para dormir e estou respirando fundo para enfrentar a minha semana com essa notícia.
Fui ler sobre o assunto e descobri o pior. A banana não é uma fruta, e sim uma pseudo-baga.
Agora, ciente disso, hoje eu não durmo mesmo...
um beijo
Tita;)

domingo, março 25, 2007

Aconteceu de novo!


Sandra BullocK, Miss Simpatia.
Rárá:
Eu lá trabalhando no meu dia sabático, pensando: Eu poderia estar numa piscina, eu poderia estar comendo um churrasquinho, eu poderia estar no parque, na praia e etc.. Mas não, eu estava lá( no melhor estilo: eu poderia estar roubando, eu poderia estar matando, tão popular nas ruas das metrópoles do Brasil).
Eis que a paciente, sem graça, grávida de gêmeos a pobre moça, par de olhos azuuuis, com o marido ao lado:
-Ai, doutora, acho que posso falar né?
-Pode, pode sim.
-Bem, você deve ouvir sempre isso (da mesma forma que a outra pessoa me falou!).
-Tudo bem, pode falar. (Ginecologista está sempre pronta para ouvir quase tudo).
-Ah, você parece a Sandra Bullock, tão bonita!
-Ahhhh (sorriso de orelha a orelha, maior impossível)... Obrigada!
....
-Atenção todos, tratamento VIP para aquela moça de olho azuis!(rsrsrs)
...........................................................................................................
Bom domingão de SOL!
Beijos
Tita

sexta-feira, março 23, 2007

Anúncio



Procuro um moinho

de vento ou água ,

que consiga transformar

a força de uma frustração

em outro tipo de energia.

Pago bem.

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Em algum dia entre 2005 e 2006.

Hoje: Menos frustrada, mais realizada, porém ainda procurando alguma coisa. E quem não está, oras!

Peraí, vou pensar no próximo anúncio.

Bom final de semana, minha gente!

Tita

quinta-feira, março 22, 2007

Borat

Nessa tarde assisti Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão ( Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan). Dei risada, não vou negar. No entanto o que sobressaiu, foi a sensação de desconforto de estar fazendo muito pouco caso com questões sérias demais. Bem eu, uma menina que adora fazer graça. Sempre tenho uma tirada, do tipo que perde o amigo mas não perde a piada... Pois é, mas me chocou o filme por tratar a diferença cultural sem o respeito necessário. E também a homossexualidade, a religião, o sexismo, a ignorância, a deficiência mental e etc.
Pode ser motivando mesmo esse desconforto que ele, Sacha Baron Cohen (cidadão inglês) - o Borat, busca levantar questões e cutucar nações e culturas. Mas sinceramente achei que ele quis "causar" de uma forma muito primitiva e ingênua, ainda que genuína.
Ele filmou pessoas que não sabiam que estavam sendo filmadas e suas reações no mínimo espontâneas. Isso não é lá muito legal se ele não obteve permissão para usar a imagem dessas mesmas pessoas. E ainda querer ganhar muito dinheiro em cima disso tudo? Li em um site que a polícia foi chamada mais de 90 vezes durante as filmagens.

Voltando ao assunto cifrão, tomara que ele ganhe muito dinheiro. Será necessário para pagar o legado de processos que o filme deixou.


E você, gostou?
um beijo,
Tita.

quarta-feira, março 21, 2007

Sobre a Minha Ansiedade

Aí está a foto de um livro. Esse objeto de desejo.


Que eu sou ansiosa muitos sabem. Eu já sei. Aliás está difícil encontrar alguém que não vista esse predicado, inclusive se valendo dele para justificar fatos de relevância ou mesmo banais em situações corriqueiras da vida. Seguindo esse raciocínio: Come muito? É ansiedade. Chora à toa? Ansiedade. É grosseira gratuitamente? Ansiedade. Tem espinhas? Ansiedade. Fura o sinal vermelho? Ansiedade. E acaba que é um tal de Prozac, ou fluoxetina como devo prescrever, que todo mundo se vê tomando, até sem saber direito porquê.

É de um grande conforto ter uma palavra mágica para rotular coisas. E se for para rotular sentimento, então, melhor ainda! Sentimentos têm a capacidade desorientar seres humanos. E assim vamos aplacando a tal, ela mesma, a ansiedade que nos pega, ataca, corrói e paralisa. Tendo nome, ou melhor, um diagnóstico, tudo se assenta melhor.

E eu ouvi dizer que já se dosa quantidade de fluoxetina nos esgotos de São Paulo e de outras cidades do Brasil e do mundo, com certeza. De inicío pensei que seria pelo uso indiscriminado, então um médico amigo disse que seria por as pessoas desprezarem as cápsulas, compradas e depois preteridas, na privada. Sei lá, acho que é mesmo pelo uso descabido.

Mas juntando o assunto esgoto com ansiedade venho falar sobre o assunto que me perturbou nessa manhã. Numa casual leitura matinal, totalmente descompromissada, como você bem pode imaginar, descobri que entra em cartaz agora no dia 23 o filme "O Cheiro do Ralo", baseado no livro de Lourenço Mutarelli, de mesmo nome. Associe a um bom livro um roteiro de Marçal Aquino e atuação visceral (esse adjetivo os críticos gostam de usar!) do Selton Mello (mas também qual atuação dele não é visceral?). É uma gente de quem sou fã confessa há tempos. É uma gente muito boa, que tem o dom de tocar diretamente o botãozinho de prazer, cultural ou não, que tenho por dentro. Não tive oportunidade de assistir quando ele estava na mostra em São Paulo, e ganhou o prêmio de melhor filme. Agora guardo esse sentimento que PRECISO ver logo esse filme, uma questão de vida ou morte.
Ah, sim e a direção é de Heitor Dhalia, que não tenho muito a falar a não ser dados que li, se não me engano, na TPM (revista) de fevereiro. Garoto bonitinho, pernambucano. E talentoso pelo jeito.


É, doutor, um caso grave esse de ter ansiedade.


Um beijo,
TiTa
PS: Ainda hoje compro esse livro...já que não posso assitir ao filme NOW! (agora é a palavra do ansioso)
Ando pensando muito em palavras...

terça-feira, março 20, 2007

Mas que saudade, que nada!

Acabei de postar uma foto de São Paulo. Cidade querida. Dramática, barulhenta e neurótica.

Andando por blogs na internet achei esse videozinho mui simpático e elucidativo de como a vida transcorre por lá:
BrUnO BoZzEttO- neuro

Eu só não sei como não tive a idéia, ou a coragem, de promover um final similar ao da animação. Sensacional. O aquecimento global é fato.

Hoje eu penso, e restam as dúvidas: Com quem será que minha ex-vizinha se estranha? De quem ela pode reclamar? Ou em última instância, quem ocupa a fúria da loura jovem, branquela e mal amada? Em quem ela despeja o ódio que é fruto da neurose a que ela é submetida diariamente e não pode reconhecer?

Mas que saudade que nada!

Ê vida boa, sÔ!

beijo
tita

e fim de papo!


Aqui está o final da corrente de idéias, onde sete pessoas escreveram uma história doida muito doida!
Clique aí e descubra o


beijos, tita

segunda-feira, março 19, 2007

Carta Aberta aos Meus Filhos




Ou: Uma declaração de amor!


Aproveito que vocês estão de férias na casa dos avós para dizer que sinto saudades. Como sinto saudades quando deixo vocês na porta da escola e sigo meu dia, para trabalhar. Uma ausência gostosa de quem tem a quem amar. De quem sabe que passam bem sem mim. Os versos de Nando Reis parecem explicar isso: “Espalha graça ao pleno presente e mesmo ausente é doce sua falta”. Isso: é doce a falta que sinto.

Venho para responder uma pergunta que ainda não ouvi de vocês, mas sei que não tardará em chegar o momento em que desejarão saber afinal de onde vieram. Então vou ao começo, e lembro como se fosse hoje o dia em que vi o Carlão pela primeira vez na minha vida. Sustentava ele um sorriso capenga em meio a olheiras do seu olhar bonachão de uma noite de plantão sem um minuto de sono. A saber, seu primeiro plantão como residente do segundo ano, e eu residente do primeiro ano em meu primeiro dia de curso, chegando às sete da manhã para render a turma já arreada pela batalha que havia sido aquela noite. Marquei o sorriso capenga: gostei!

Da primeira visão ao nosso primeiro dia de namoro passou algo como um ano. Nesse tempo descobri que ele era um bom partido e queria de alguma forma arranjá-lo com minha irmã, uma moça igualmente bom partido. Descobri, também, que não poderia cumprimentá-lo diariamente com um beijo e um abraço apertado como ele costumava fazer. Não me fazia bem ficar só com o beijo e o abraço apertado, então melhor era usar o bom dia casual. E nesse cumprimento efusivo que ousei certa vez, um parafuso por dentro me contou o improvável: um dia eu casaria com aquele homem. Guardei segredo. Descobri uma afeição inconsciente por ele no dia em que ao nos encontrarmos e surgiu o beijo na bochecha ou no ar, como usual, aproveitei para dar uma inspirada profunda ao pé do ouvido. Tão espontânea quanto descabida...Onde eu estava com a cabeça pra fazer aquilo? Ora estava com a cabeça e a ponta do nariz muito próxima de uma orelha que mesmo sem eu saber já era muito querida.

E foi assim que um dia ele me convidou para jantar. A conversa foi envolvente e sincera. Carinhosa, até. A noite seguia e eu vendo que talvez ainda não tivesse deixado claro. Resolvi dizer: pode me beijar! Então tudo começou, ou continuou. Uma paixão maior do que a maior montanha que já viram, uma amor que não fica contando perdas e ganhos. Como diziam que deveriam ser os amantes. Desde o início fiquei intrigada em como um sentimento daquele volume poderia ser acrescido de mais tamanho com a presença de filhos, se avolumar. Casamos e ficamos um ano sem crianças então foi que vocês vieram. Primeiro o Troiano e depois a Troiana...tudo por causa de um grande amor. Assim foram imaginados, feitos e esperados. Tenho a resposta na ponta da língua para quando me perguntarem. Hoje vivem para nos ensinar muito mais sobre amor e felicidade. E paciência também...Ainda hoje sinto-me apaixonada pelo pai de vocês, e cada vez que o vejo de longe tenho um orgulho incontido em saber que é o meu marido. E tenho também aquele friozinho na barriga, que os apaixonados costumam ter, e um dia saberão como é.

Quero que brinquem bastante aí em Santos, ou em casa, ou na escola. Desejo realmente que aprendam a brincar, e que esse aprendizado fundamental da brincadeira, que não vem como disciplina da escola, não seja esquecido na vida adulta. Se eu posso sonhar algo para o futuro de vocês é isso: Vivam sempre, em qualquer tempo, como quem tem na mão a felicidade e a leveza de saber que a vida é uma brincadeira.

Beijos, estou chegando, Mamãe tita!.
São Paulo, julho de 2006.

domingo, março 18, 2007

PRESÍDIO






Rebela meu corpo


que depende de outro,


enigma sem cura,


para se compreender.




Rebola meu corpo


se vira e procura


imagem disforme


nada a entender.




Resguardo meu corpo


segredo maldito


escuro e guardado


impossível de ler.




Reage meu corpo


a revelia do próprio


suado e escuso,


mesmo sem querer.






Revela meu corpo


o que sou, volúpia,


está para o outro,


e pra mim, só se esconder.




.,


.


.


.


.


.,








É, meu amigo, era para ser fácil? Acho que não.
A imagem que ilustra é uma gravura de Burle Marx, e leva o sugestivo nome de Patrícia.


Poemsia baseada no texto de Barthes, aqui nesse distinto blog já publicado.




Bom domingo pra você,


TiTa

sexta-feira, março 16, 2007

Do Convite Aceito: Uma Corrente de Idéias


Então estamos em plena CORRENTE DE IDÉIAS:
Uma história a ser escrita por várias mãos!
Serão 7 partes e aqui está a seqüência (é só clicar no título e ler o texto!):
Lu Longo: .....................Do Convite Aceito (1)
Eu, Tita Tróia: .............Do Convite Aceito (2)
Lala Flores: ..................Do Convite Aceito (3)
Fer-Nando: ..................Do Convite Aceito (4)
Amandita:.................... Do Convite Aceito (5)
Lucinéia: ......................Do Convite Aceito (6)
A história está tomando um rumo totalmente inesperado. Está "mó tchans!" - doidona essa!
Quem dará o desfecho para a situação? Quem se manifesta?
A seguir cenas do último capítulo!
Não percam!
beijo e bom final de semana
TiTa

quarta-feira, março 14, 2007

Vem dele!




Eu não sei se aí foi assim, mas hoje, o dia virou noite aqui no meu quintal.

Tempestade das boas, pra bananeira e aceroleira, carregadas, fazerem a festa.


Foi então que surgiu a explicação dos raios(laser-?-, ele disse):

-Os anjinhos estão andando de skate e tomam um tombão, então temos o trovão.

-E o raio laser?

-O raio laser vem depois.

-A-ham... E quem te ensinou isso?

-Aprendi sozinho.


Sim, as coisas que aprendem sozinhos são as melhores. Pior, só quando dizem que foi a professora que falou para conferir legitimidade a questão.



Dão pano prá manga, ou não?


Beijo

TiTa




terça-feira, março 13, 2007

Sopa de Letrinhas


Vi um L!

Vi um 2!

Tem o A, mãe?

Olha! Tem o M!


Mãe, será que tem sopa de letrinha cursiva?, diz o troiano num papo bem sério.


Né piada não, o troiano está sendo alfabetizado e eu, mãe que sou, ando achando tudo tão bonitinho!
Um beijo,
TiTa

segunda-feira, março 12, 2007

Do Convite Aceito 2

O início está aqui, começou com Lu Longo.
Eu dou asas a minha imaginação e a história segue;


...
Para sua desgraça chegou cedo demais.
Não titubeou. Apreciava sua praticidade e antes mesmo de estar em uma situação difícil já procurava uma saída.Imediatista.
No caso, saída pela esquerda. Retornou o movimento e antes mesmo do táxi partir abriu a porta e pediu para que o motorista voltasse para o mesmo lugar de onde viera. Dava voltas, vivia em círculos, não achava seu começo, nem seu possível fim. Sempre o meio emergia, o resto todo submerso, escondido, se escondendo. Aquilo a consumia. Receou que o profissional achasse que era uma pessoa perdida, mas tinha convicção que taxistas vêem de tudo e devem estranhar poucas coisas. Dane-se o taxista, foi o que passou rapidamente na sua cabeça enquanto assentava-se de novo no banco ainda quente. Depois, se ele estranhar, que guarde a história com carinho, para ser contada e recontada para as inúmeras vítimas como ela, ali no banco detrás.
Tentou desfazer-se da taquicardia que precedia o encontro a que ia e lembrou-se de suas aulas recém iniciadas de yôga. Pense em um lugar calmo, dizia a voz com sotaque espanhol, agora transfira seu corpo para esse local e de longe comece a se observar deitado no seu paraíso. O taxista não estava compreendendo introspecção daquela pseudo pessoa normal que ele levava. No entanto, a experiência já havia lhe mostrado que o melhor a fazer era ficar quieto. Nada de comentar do tempo que está louco ou da vida insana que se leva numa metrópole. O instrutor de yôga, em seu pensamento, seguia com a voz calma dizendo para colocar em mente a cor que mais gostava e em seguida orientava imaginar um feixe espesso dessa mesma cor em luz, entrando pela planta de seus pés e dando cor a você, naquele local que você mesma tinha selecionado.
A luz já estava na altura dos joelhos, penetrando às coxas, quando a brecada brusca acompanhada de um barulho de freio desesperado suspendeu sua realidade virtual. O coração, leão domado, voltou a se descontrolar.
...


Quem aceita o desafio? Quem quer continuar?
A brincadeira cultural criada pela Lu-Lu é que dado o pontapé inicial, existirão continuações até o número sete, onde haverá o final.
Quem se habilitar continuar avise aqui nos comentários e link o post a esse distintíssimo post.

Beijo
TiTa

sábado, março 10, 2007

Vou te contar



O fato é que ninguém, nem mesmo Lorena Mascarenhas a própria, sabia explicar o motivo de tamanha devoção, e a promessa nela guardada, pela letra G. O mesmo G de gorda e gordura que ela tanto recusava era amado com força proporcionalmente oposta e igualmente intensa. Havia um mistério, quiçá gozoso, que a aproximava daqueles que carregavam a letra em seu primeiro nome. A Gláucia era uma boa amiga, a Graça fazia suas unhas como ninguém, a Geisa era uma vizinha que valia a aproximação. Com homens não era diferente. Ousou experimentar outros, mas Gilbertos, Guilhermes, Gualbertos e até Guaracy faziam melhor. Ela mística e intuitivamente sabia.


Vibrava, sem nenhuma lógica, ao escrever o G maiúsculo ou minúsculo, onde colocava um volteio inferior tão redondo quanto o engano daquele suposto amor. E caprichava na forma de gota explícita que se formava quando escrevia com a caneta bic vulgar e gostosa. Gostosa como o G.


Custou a acreditar naquele Roberto que se apresentou encantado por ela na saída do cinema. Não cria na possibilidade de prazer, mas não comentou esses pormenores com ele.


Depois, já irreversivelmente envolvida, pôde entender. O Godói do sobrenome justificaria a paixão e a selaria para sempre. Assinaria Lorena Mascarenhas de Godói, conferindo a compleição que buscava. Segura e inútil certeza.




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Agora, eu conto diferente: eu amo a letra G mesmo.


Niguém pode explicar.


beijo,


tita

sexta-feira, março 09, 2007

Divulgação,

Nazareno's photostream, festa de iemanjá, no flickr


E não apenas divulgação, mas uma espécie de anunciamento das coisas boas que encontro. E desperta esse sentimento de compartilhamento. Na verdade, são as coisas que chegam, sem cerimônia, e me dão um encontrão. Basta permitir, manter os poros abertos. Então ao correr os olhos por certas letrinhas ecoa o som do sentimento que é universal e que é dela, mas também é meu. Talvez já tenha falado dele, à minha maneira. E poderia estar transcrevendo um Leminski, um Carlos Drummond de Andrade ou um outro desses super especiais.
Mas na maneira dela (clique em dela e saberá melhor) ficou muito bacana:
"O que grita já me cala. Se avoluma e se derrama sobre o ócio,
sobre o óbvio, o evidente.
Brio de amor em transe, ébrio desfecho, desterro, despacho pra Iemanjá.
Somos inevitáveis, eu e os dias.
Somos constantes, eu e o corte que não se trata com um remédio da estante.
Somos gigantes, eu e as dores maceradas pela angústia da saliva doce.
Somos infinitos. E ínfimos. E tolos.
Somos vulgares."
Gio é iluminada e ponto.
Para vocês, um ótimo final de semana cheio de sOl.
um beijo,
TiTa

quinta-feira, março 08, 2007

Onde foi parar?



Xilogravura (sem título) de Alberto Martins, um santista. Como eu.


Férias de um dia na semana. Peculiar. Debruçar sobre a vida e, na falta da atividade corriqueira, pensar sobre o que poderia ser corriqueiro. Quase não achar o que é seu, e se perder. Tão diverso, tão sofrido, tão sério. Tão corriqueiro. O espelho, cego e mudo, se esforça: nada a declarar.

Sim, e ter o prazer de receber hoje o espetáculo Stapafurdyio, circo roda Brasil dos Parlapatões, na cidade. Lendo no site acabo de descobrir que quem faz a trilha é André Abujamra...


Me animo... Hum, muito muito bom!


"Alegria é quando tem um circo dentro do coração da gente", diz ainda a frase do Mario Quintana no site do circo roda brasil. Eu, queira sim ou queira não, tenho palhaços por dentro;



um beijo,


TiTa




segunda-feira, março 05, 2007

Eclipse




E naquela da lua se esconder


parece que encontrei


no eclipse do olhar


o que eu sequer havia perdido,


porque antes não havia ganhado.
....
né não?
beijo
TiTa

Pecados Íntimos



Em inglês, o filme americano dirigido por Todd Field, cujo nome "Little Children" teve a tradução para o português deturpada, causando tanto desconforto em mentes brasileiras já massacradas pelo tino comercial que insiste em dominar esse universo de traduções. Achar um nome para uma obra não é lá uma tarefa fácil. Um nome que seja conciso, forte e ainda indique o caminho a se percorrer é realmente difícil. Depois que ele foi encontrado, parece que circunda a peça, conferindo um começo e fim, por vezes justificando os meios. É interessante, pois nem para darmos nome a um filho temos esse poder, de invólucro protetor e propagador, em nossas mãos.

Posto isso, concordo com a maioria de críticas em que sente falta das "Crianças pequeninas" que o filme faz alusão, onde a ingenuidade da infância é trocada por algo tão contrário quanto aos Pecados Íntimos, que todo ser humano é susceptível. E concordei principalmente com as palavras de Fabiane Secches (que eu não sei quem é,mas li num site da internet):"As pequenas crianças do filme não estão correndo nos parques, ou sendo embaladas nos balanços, ou brincando na piscina... as pequenas crianças do título estão aprisionadas em seus corpos de adultos.". E é essa a questão. Ou uma delas, pois essa é a graça do filme, o que me atraiu e o que me atrai. A capacidade que a arte tem de nos fazer pensar, questionar, divagar e até modificar.
Entendo que vejo as pessoas nas ruas e não consigo acertar o que há por detrás de cada sorriso, de cada nariz, de cada cara feia, de cada cabelo ondulado castanho ou vermelho. Apenas posso imaginar. Mas reconheço duas coisas(e já escrevi sobre isso): que adoro exercitar esse hábito de pensar na vida do outro a partir do que ele me dá e também que há a total possibilidade de ser algo bem diferente do que transparece.

Assim, no filme tudo está fortemente caracterizado para que possa ser transmitido de forma satisfatória a nós espectadores. Mas é clara a necessidade de estigmatização dos personagens e isso me irrita um pouco. Tudo bem, perdoo, pois ainda assim classifico o filme como excelente.

A antropóloga insistindo erroneamente em exercer a maternidade na sua plenitude e se frustrando, o advogado que não consegue passar no exame de Ordem simplesmente porque não quer ser um advogado(e não assume isso a si mesmo e a sua mulher), as mulheres mães que passam as manhãs no parquinho falando da vida dos outros, se esquecendo de olhar para as próprias. A inércia da vida e a necessidade de sempre checarmos o caminho que estamos seguindo. Se não seria tempo de modificá-lo para ficar mais prazeroso e mais com a nossa cara.

E o ponto principal que afeta mais de 70% (estatística essa por mim levantada, sem fundamento científico nenhum!) da vida de casal: A falta de COMUNICAÇÃO e a falta de SINCERIDADE que assumimos, a ponto de, por vezes, pararmos de estabelecer comunicação entre a gente mesmo (isso mesmo, colocar o nosso tico para conversar com o teco)e de sermos sinceros com nossas reais vontades e virtudes.

Aí está o Pecado Íntimo de cada um.

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Agora alguns detalhes:

Fiquei com muita vontade de participar de grupo mensal de discussão sobre algum livro, como elas fazem com Madame Bovary(e claro, não é por acaso). Quando vi as mais velhas, com pensamento bem mais progressistas que a "novata" nova e reacionária, achei engraçado. E esperado.

Quis ter uma piscina pública de qualidade boa aqui por perto para poder ir com os troianos, já que o calor aqui é infernal e eu, assim como eles, amo piscina. E se, por acaso, a piscina fosse frequentada por um pai exatamente como aquele seria algo próximo do paraíso, e eu também iria toda tarde:). Faria até um exame dermatológico para detecção de frieiras para ser aprovada se preciso fosse.

Aquelas bonequinhos com toda ingenuidade que suportam e os relógios batendo impiedosamente escancarando o tempo que se recusa a parar, foram perfeitos para abrir o filme e entendermos o teor dele, que se dane a tradução!
E agora penso no gesto simbólico do tarado do filme(sim, tem um pedófilo ou coisa que o valha) de quebrar todos os relógios em determinado momento: Ali ele estava mostrando que para ele, como para a maioria dos personagens, o tempo não passou, não podia passar. Eles queriam viver na inocência da infância, onde se quer tudo, na mesma hora, mesmo sem nem saber o porquê. E os seres humanos, nas suas taras primordiais, buscando esse prazer imediato.


um beijo,
depois me contem o que acharam do filme!

TiTa

QUAQUAQUA

"Quáquáquáquáquá
quem riu,
Quáquáquáquáquá
fui eu!!!"

Hoje, toda risada e felicidade do mundo prá ela.
Com rá, tim, bum.
Que fique claro.

um beijo
tita

domingo, março 04, 2007

Será?


Será que eu ainda penso?
Ando pensando que está difícil

pensar como eu pensava antes.

(e daí, não só pensar.)

Mas viver é muito mais que pensar.

E de tanto viver,
parece que mal consigo pensar.




Ai, penso que estou em transe, em tranque.


...

beijo, tá louca, viu!

TiTa