segunda-feira, outubro 29, 2007

Pé com Pé



Aqui em casa é o hit do momento.

Saiu o DVD agora em outubro, se quiser assistir trechinhos visite www.palavracantada.com.br

Palavra Cantada é um selo que faz músicas infantis que me apaixonam. Pela sensibilidade, pela seriedade, pela capacidade, pela beleza do trabalho.

Existem momentos em que tenho uma vontade instantânea de voltar a ser criança. Um deles é quando ouço palavra cantada, outro é quando deixo os pequenos na escola...Hum que vontade de ficar naquele espação arborizado com algumas galinhas de angola de permeio! Do mais, prefiro mesmo a idade que estou e vivo...dá uma preguiça em pensar em voltar no tempo. Pensando bem , melhor não ser mesmo possível. Ramificando me veio a música Hoje Mesmo do Nando Reis em mente. É uma canção tão linda que acho uma absurdo ela estar guardada num CD e não tocando nas rádios, atingindo muitos ouvidos. Nela ele encontra um gênio que oferece a ele 3 desejos e os desejos são lindos: primeiro pedir o tempo pra voltar atrás para ver o a mulher que ele ama aos dezesseis anos (achei muito original pensar em conhecer como era a pessoa que a gente ama era nessa idade, digamos tão tenra. E depois que eu descobri um desejo como esse morro de vontade de saber como eram pessoas que considero importantes para mim aos 16 anos), o segundo desejo é "emoldurar no céu " o sorriso dela, que ele reencontra no filho dele("O filho cria a mãe", ele segue cantando...de arrepiar). E o terceiro: "E o último, complexo, honesto e genuíno, amar sem precisar da dor, quere também sem magoar, tocar seu corpo, hoje mesmo"...Muito bom. Voltando ao Palavra Cantada...

A música que é minha preferida, que as crianças começam a gritar alucinadas a me chamar quando começa a tocar, para que eu não perca o show, é:

O Pé de Nabo (Sandra Peres e Luiz Tatit)

Ser assim é uma delícia

Desse jeito como eu sou

De outro jeito da preguiça

Sou assim pronto e acabou

A comida de costume

Como bem e não regulo

Mas têm sempre alguns legumes

Que eu não sei como eu engulo

Brincadeira, choradeira

Pra quem vive

uma vida inteira

Mentirinha, falsidade

Pra quem vive

Só pela metade

Quando alguém me desaponta

Paro tudo e dou um tempo

Dali a poucoeu me dou conta

Que ninguém é cem por cento.

Seja um príncipe ou um sapo

Seja um bicho ou uma pessoa

Até mesmo um pé de nabo

Tem alguma coisa boa

Tem alguma coisa boa...

ooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo

Assim sendo, depois de fazer uma salada de músicas, deixo um beijo junto com dica de DVD!

TiTa

terça-feira, outubro 23, 2007

Mais uma inédita opinião.


Tropa de Elite foi o filme de final de semana. Sei que o assunto está já massacrado por críticas ou comentários em blogues, mas não resisto. O filme é um chacoalhão, mesmo o assunto já estando desgastado, com licença, vou comentar!
.
.
.
Com uma mostra rolando em São Paulo, eu, privilegiada moradora do interior do estado fui assistir uma cópia NÃO pirata do filme. Gostei muito, pela atuação não menos que brilhante de todo o elenco. Wagner Moura totalmente convincente. Tão adequado que facilmente o personagem seria Capitão Moura ou Capitão Wagner ao invés de Capitão Nascimento.
Mostrar a verdade, a verdade que todo mundo sabe. Mas ter coragem de colocar numa telona de cinemark é coisa no mínimo ousada.
.
.
.
O filme me remeteu a duas situações de minha vida:
.
Uma eu era sexto-anista de medicina atendendo no INCOR, SP. Hospital que na época era exclusivamente do SUS. Atendimento de estudante interessada costuma ser primoroso e se com a retaguarda de um médico experiente fica 100%. A senhora muito educada colocou, ao final da consulta, no bolso de meu jaleco R$50,00, pelo belo atendimento a seu esposo em situação de emergência. Fiquei sem graça, mas retirei quase no mesmo movimento o que ela pôs em meu bolso, tentando explicar que todos que estavam lá não esperavam nada daquilo e faziam o que faziam conscientes de que nada daquilo era preciso. Claro que depois fiquei pensando na grana e como ela seria útil para uma estudante, que por ser daUSP, recebia ainda um salário com médica interna (acho que isso não existe mais). Cinquenta pilas na época era um dinheirinho, há pouco mais de dez anos, pagava bem mais que uma consulta de convênio e mais até que algumas consultas particulares. Ainda sou funcionária pública e às vezes sinto um agradecimento exacerbado pela parte do doente quando atendo no hospital público, e não falta para um médico ouvir o famoso:"Deus lhe pague", que costumo remendar com: "Não se incomode, já sou remunerada para isso!", pra descontrair o doente, totalmente ciente que o estado está um pouco longe de remunerar com dignidade médicos(e enfermeiros, e prefessores e etc...)...rsrs.
.
.
.
A segunda situação se deu há uns cinco anos atrás. Na rua do berçário que meus filhos frequentavam havia mais outra pré-escola. E na outra o policiamento era ostensivo, nitidamente diferente. Certa vez perguntei ao porteiro se algo havia acontecido na escola vizinha, tamanho assédio de policias que sempre existia lá. O porteiro me explicou o que eu poderia supor, mas até então não havia realizado. A escola dos meus troianos não pagava graninha extra para a polícia. Me caiu pesada aquela informação, mas me deu um alívio enorme saber que as donas da escola que eu escolhi para meus filhos frequentarem, assim como eu, não entrava no SISTEMA.
.
.
.
Beijo, se você ainda não viu o filme, não perca mais tempo!
TiTa.
PS: 1 - A gente tenta evitar o sistema, mas não há tanto que ficar julgando. Mesmo tendo algumas idéias claras de ética, por vezes se escorrega. O assunto é mui delicado, e combater tudo com o politicamente correto é nauseante.
2 - Não uso drogas ilícitas, nunca usei e tenho certeza que um dos motivos por não ter usado é justamente o acesso escuso a droga. Para mim Droga se compra na Drogaria. Legalize já diz a canção, e eu entro no coro.

segunda-feira, outubro 22, 2007

Eu não estou esquecendo de você.

(Se preciso escrever isso é só para afirmar o que tento em vão negar.)

A vida real anda dura, do tipo sem tempo para pensar.
Muito feliz também.

A Lu Longo me mandou ler e eu passo pra vocês a dica dada - (no PS).
Para que escrever se tantos fazem tão melhor? Mas, se não escrevo, não me reconheço. É um pouco como se perder, eu sei.
E se perder, sair do prumo, impensar, é uma forma comportada de surtar. No caso, cumprindo agenda real, lavando, pendurando roupas e inventado almoços rápidos e o mais saudáveis possível. Então, de repente, viver intensamente é não ter tempo para pensar que você escolhe estar vivendo intensamente.
Toda e qualquer vida pode ser absolutamente rica ou sem graça, dependendo de como você vende a idéia.

Nesse ano voltei a fazer muitos partos, participando de muitos nascimentos. E me veio uma sensação, um dia desses, que o rebento que vinha era especial, mais especial de que todos outros. Um lance que parecia querer enaltecer a minha digna função de receptora de novos seres humanos na vida terrena. Viagem? Total! Posso ajudar a nascer um tipo como Einstein, um Robinho ou um Nando Reis. Mas posso estar ajudando a trazer ao mundo um Hitler, ou sem muito elaborar, um Paulo Maluf, um Renan Calheiros. Irremediável.
Tudo depende, não é mesmo?
Às vezes parece que o melhor é não pensar. E viver. E, voltando ao assunto, isso é uma forma de surtar. Como já manifestei por aqui, eu às vezes tenho inveja, passageira, é fato, dos capazes de surtar direitinho.

Um Beijo

TiTa

PS: Sim, a dica está no emocionante texto do Carpinejar, de 21 de outubro de 2007, AQUI!