quarta-feira, novembro 19, 2008

"A solução está nos livros"



Minha vida não seria nada sem amigas. Na verdade eu nem precisava ter tomado o proseco, que usualmente não me cai bem, que acabo de tomar para chegar a essa magnífica conclusão.

Há questão de uns 15 dias eu e uma amiga animada (Dra. R.) participamos do mutirão de laqueadura da cidade, em que numa manhã de sábado ensolarado optamos por ficar "indoor" ligando toda e qualquer trompa de Falópio que apareceu na nossa frente. Onze mulheres desejosas a nunca mais engravidar resolveram a questão e uma não apareceu, possivelmente ainda duvidosa sobre o seu futuro reprodutivo. Com sucesso, terminamos pela hora do almoço, de forma que sobrou tempo hábil para rever uma amigona de São Paulo (Dra L., ela mesma) e outra de Jundiaí ( G. querida) que vieram de suas respectivas cidades para que se matássemos as saudades. Combinei direitinho com Dra. R.: amanhã eu passo visita nas felizardas que além de conseguirem a resolução de parte de seus problemas tiveram a sorte de ter sido nas nossas mãos! Deixa comigo tudo amanhã, eu digo em bom som e magnânima, afinal, você já fez sozinha a seleção das canditadas num dia que me foi atribulado, resolvendo a questão do agendamento! Tudo combinado.

Só que eu acordei no domingo igualmente ensolarado e abri minha malona de scrap e sai a fazer mini-álbuns liiiiiindos, com muitos "i"s como se diz para denotar a real boniteza do negócio. E nessa de se entreter entre fotos e papéis, por volta do meio-dia, a luz do celular se ascende com nome da Dra R. em destaque na tela do aparelho. Atendo feliz com a possibilidade de uma programação para o almoço: "eaítudoobem?", eu : sim, tudo bem. "Aconteceu alguma coisa, Patrícia?" ...será que aconteceu? passa rápido a sentença pela minha cabeça, daí lembro das 11 pacientes que deveriam estar sedentas pelo almoço de domingo em casa, aguardando a alta... Já te ligaram do hospital?, pergunto rápido... ah sim, já ligaram...sei ... se eu quero que você vá ver as pacientes? ... Veja, não sei se Dra. R. perguntou só por educação, mas eu sem muita educação e na lata respondi que queria sim que ela fosse...Sabe, o Carlo acaba de sair pra umas comprinhas e estou com as crianças...esqueci, menina, vai vendo o grau de amizade que vc está arrumando, brinquei...um risinho pra disfarçar e então aconteceu. Torpedinho carinhoso para ela enquanto ela deveria estar no caminho, agradecendo a benção que fazia pela minha desmiolada pessoa.

Caiu o peso da possível TPM forte, de uma vez em cima de mim e me dei conta de além da irresponsabilidade do meu esquecimento me ocorreu a ciência de como ter amigos é bom.Vi que era hora do almoço e eu teria de providenciar qualquer coisa pra gente comer na próxima hora. Coloquei bananas ouro madurinhas clamando por uma solução para assar com um pouquinho de açúcar mascavo e canela, enquanto pensava qual seria o molho (pomarola mesmo ou modificado??) para a macarronada e arrumei a mesa na sala.

Então a luz do aparelho acende de novo e dessa vez é o nome de Dra. J, amiga, vizinha e, porque não dizer, minha atual ginecologista. "Estamos assando um salmão na churrasqueira, o sol está uma delícia aqui na piscina, os meninos estão se esbaldando, venham para cá!", ela praticamente ordena. Antecipo que fiquei meio transtornada com minha falta profissional e a informo, na condição de minha médica, que a TPM - se é que essa entidade realmente existe - despencou em mim depois das 11 e 45 do domingo. Ainda assim ela mantém irrecusável convite em pé. Chegando lá, depois de me dizer que eu poderia tomar um desses moduladores de humor que estão na moda para TPM, ela me sugere forte um mergulho na piscina. Ainda na condição de paciente obedeço e me sinto muitíssimo melhor depois de muitos mergulhos com os troianos. Sinto que minha TPM durou por volta de 2 horas. O troiano a noite tentava me fazer as vontades, dizendo que eu precisa descansar. Sim, nesses minutos doidos do sol a pino falei alguma verdade de forma rude demais para um menino de 7 anos. Ele notou que eu não estava "muito certa" e depois tudo ficou conversado, se resolvendo com um com d' água fresquinha que ele buscou lá embaixo na cozinha e trouxe, orgulhoso, para a mãe.

E no meio de tanto plantão tento ler o livro que a Dra L. me trouxe de presente. Sempre me apresentando escritores(as) interessantes, ela. Isso é de um valor enorme para mim, que agora morando no interior, me sinto meio de fora da vida cultural. E então "Tô com vontade de uma coisa que eu não sei po que é" de Tati Bernardi me conta crônicas sobre mulheres de uma forma tão divertida, natural e com tanta propriedade que o meu trabalho (diga-se de passagem, em meio a muitas mulheres) fica bem menos penoso. Mando torpedo para ela (assim ela não desisite de me falar e dar coisas imperdíveis que eu quase sempre perco...). Apesar de ela não responder... Disse que estava com celular quebrado para receber torpedos...Estranho, né? Bem ,eu achei, mas continuei mandando discorrendo sobre minhas impressões sobre o livro.

Ainda na linha do torpedo, mandei um e mail hoje a tarde para o grupo de mulheres de 30 do qual, com muita honra faço parte. Grito que sinto uma felicidade aparentemente imotivada, mas enorme. Sou dada a essas coisas. Boba alegre já diagnosticava meu pai em minha tenra infância. E sinto as meninas felizes junto comigo. Tão bom!

E há poucas horas estive com minha amiga Dra. C. aqui em casa. Ela que, gentilmente, me apresentou o scrap e num misto de horas de artesanato fazemos nossa terapia informal, que considero das melhores. Então ela veio com essa frase que abre o tópico, que ela acha interessante não só pelo significado, mas devido o que a própria frase já lhe trouxe. O então namorado de faculdade sentiu que pisava em terra firme quando leu essa sentença bem colocada numa parede ou armário de sua república. E ficou feliz ao vislumbrar o futuro da relação. E está feliz até hoje, ao lado dela. Ela que fez aniversário no último dia 15, mas que não conseguimos comemorar na data, me deu o prazer desse começo de noite com brinde de feliz aniversário. Riso solto e proseco para que eu conseguisse estravasar mais minha alegria. Porque alegria, minha gente, assim como a tristeza, precisa ser estravasada.

Beijos

TiTa

Ah sim e parodiando a frase : "a solução está em se ter amigos"

PS 1: Claro que o fato de ter ido a Santos esse mês, de ter encontrado minha irmã Tina e Marininha e de ter tido meus pais aqui em São José nesse mês fazem parte da minha felicidade. E eu sei muito bem disso!

PS 2: Meu próximo tópico colocarei uma crônica desse livro que citei. Estou dando risada sozinha, e precisarei compartilhar!

quarta-feira, outubro 29, 2008

Minha linda sobrinha


Amanhã ela faz 5 meses e eu que vejo ela crescer de longe mais por fotos que na vida real, morro de saudades. Mas são saudades gostosas, com a certeza de que ela cresce cercada de amor e felicidade.
Domingo a bochecha dela não me escapa!
beijo
TiTa
PS: trabalhinho de Scrap, que aprendi com uma amiga joinha, aqui em São josé e que vem me deliciando e tomando parte do meu escasso tempo livre.
mais beijo


quarta-feira, outubro 08, 2008

Luz dos Olhos

AERONAVES SEGUEM POUSANDO
SEM VOCÊ DESEMBARCAR...

(Pra eu te dar a mão nessa hora)

NR em Luz dos olhos.

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quarta-feira, setembro 17, 2008

Tudo


esperei o sol por todo o dia
esperei o dia por todo sol
uma espera ativa
onde não se pára,
onde não se pensa,
onde não se vive,
onde se lamenta.

na lua infalível
constato
a falta que a poesia me faz.

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É isso, tá tudo ródando.


um beijo
TiTa

terça-feira, setembro 09, 2008

Uma piada

E não sei porque, na vida que ando levando que não sobra tempo pra reverberar aqui, me vem sempre em mente o final de uma piada, muito engraçada por sinal...e mais engraçada porque ouvi da boca da Malu na faculdade:

O quê que eu faço com isso?

com essa frase emblemática tento te contar o que se passa por dentro. Se você entender me explica porque eu não faço muito idéia do motivo que faz essa frase ficar vindo pra mim, se posso dizer assim.

boa noite,
tita
PS: A piada? Bem será que vc não sabe como é?

Troianos



Não sobra tempo pra nada.
a nova empregada de casa não deu certo.
Sou obrigada a aguentar a felicidade deles em poder comer a minha comida todos os dias.
Mesmo não tendo tudo ( e o que me falta muito é tempo), sou completamente feliz.
Completamente.
um beijo do tipo saudoso.
TiTa

quarta-feira, agosto 06, 2008

Nem Freud explica


O assunto ainda não me deixa confortável.
Há 10 dias um poste desgovernado veio em minha direção e me atingiu em cheio.
Nada de plausível a respeito. O lusco-fusco do poente, o pedestre que caminhava na rua e não na calçada e roubou minha atenção, crianças descontroladas no banco de trás, a menstruação que estava quase chegando com sua maneira irritante de se anunciar. Sei que, ao sair do prédio de minha irmã, prédio esse que eu mesma já morei, numa saída bastante ampla - ampla o suficiente para ter um poste no meio, entre a entrada e saída - ele me atingiu bem no meio.
E num beijo seguido de um abraço do poste, só me restou ligar ao seguro e esperar meu carro ser guinchado.
Não há explicação.
E num alerta aviso que árvores também são capazes de tal gesto de amor.
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E no dia seguinte a minha troiana profere o seguinte discurso de total adesão:
"Eu vou 'falá' pro homens que 'faz' casas que não é para nunca mais nesse mundo colocar postes nas ruas".
Fale sim filha, mas por favor não explique muito os motivos :)
Beijos, com o amor que o dia dos pais merece.
Estou muito feliz por estar hoje ao lado dos Pais mais importantes da minha vida: o meu e o do meus troianos.
TiTa

sexta-feira, julho 25, 2008

Te contei.


Ela obedeceu o despertador num dia de férias. Fez café e tomou café. Não teve tempo para usar o banheiro. Lamentou. Saiu apressada com o pedido da médica na mão. No carro, enquanto checava seus olhos no retrovisor, pensava que chegar com 3 minutos de atraso não significaria problema. Estavam sem remelas. Seria atendida. Hum, a música de fundo da Rita Lee a fazia relaxar. E sorriu para o retorvisor. Balançou o corpo numa dancinha sem explicação. É hoje que conheceria o monstro achatador de mamas. Desculpe o auê, eu não queria atrasar você, diz jocosa. Foi atendida. Começou a seguir ordens. Tirou a camisa e o sutiã. Duas mulheres, uma a tocava e outra a analisava de longe. Essa última com mais reprovação. Talvez seja um complô, ainda pensou. Não se mexa, olhe para cima com o ombro esquerdo apontado para baixo, afaste a perna direita em 5 centímetros, joelho voltado para fora. Assim, relaxa!, falou rindo a moça sabendo da impossibilidade da situação. Seu cabelo, peraí, deixa eu ajeitar esse cabelão...Então pegou a mama usando os 4 dedos para cima e o polegar oponente embaixo. A carne saltava, mas era delicada a moça. Esqueceu que estaria no pré mentruo. Azar dela. Então veio uma chapa na velocidade de um elevador em queda livre que despencou sobre a mama fazendo pressão. Nem dói nada, pensou. Sabia!, As pacientes se queixam à toa, na mente dela. A mulher de longe moveu a cabeça pra esquerda e direta. Entendeu. Lá vinha a guilhotina de novo naquela teta. A pressão incial fez com que abrisse dois ragos de mais ou menos 3 centímetros de cada lado. Saía um tanto de sangue. A mama é bastante vascularizada, lembrou. Então a máquina desceu sem titubear, mais certeira e definitiva. A mama pendeu de lado. Despreendeu-se do tórax deixando uma úlcera sangrante exposta. E o cabelão por cima. Cuidado senhora!, o cabelão pode infeccionar a ferida. Ah sim, tomou então cuidado. Virou a cabeça e pôde ver seu mamilo direito a encarando, sem reprovação. Por favor olhe para cima, soou de instantâneo a voz. Obedeceu, mas não saiu da cabeça a imagem da sua mama com carnes amarelas ao redor da pele caída no canto da sala. Quanta gordura tenho nas mamas, calculou. Se eu subisse na balança agora já daria diferença pra menos, continuou calculando com certa felicidade. Agora a contralateral, senhora. Gostaria me posicionar dessa vez, querida, tentou. As mulheres autoritárias não permitem essas inversões de papéis. E poderia se tratar de um complô, lembrou. Ela precisa usar seus pequenos poderes, continuou pensando. Ainda que soubesse a insólita posição, foi incapaz de repetí-la.
Ela arrumou como pode, o sangue agora já pingava e formava uma pocinha que dificultou a abertura da perna em 5 centímetro. E veio a máquina. A outra deve ter arrumado algo na força preensora da dita que desta vez foi numa vez só. E a outra mama pulou ao solo, para o outro lado. Meio que escorregando, a teta esquerda seguiu em direção a direita, estavam acostumadas a ficar juntas. Pronto senhora , pode vir buscar na sexta-feira. Nem vai me dar uma gaze, pensou, achando ruim com a mocinha. Pôs a blusa e deixou o sutiã lá, se tornou desnecessário. Não provoque, é cor-de rosa choque!, ah Rita Lee...Logo a blusa ficou manchada, já que não teve colaboração das funcionárias.

Sexta-feira pegou o resultado e levou para médica. A mesma não a desanimou, atestou normalidade. Mas se despediu aconselhando que buscasse de volta as mamas na clínica para que pudesse repetir o exame anualmente.


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Não sei que reação causa um texto desses a vocês, mas escrevi fazendo uma brincadeira com o genial livro que li também na semana passada, de contos, que me foi especialmente presenteado pela Lu Longuete, a da Felicidade com Tristeza no Mesmo Time.
O livro é:
Gran cabaret Demenzial, de Veronica Stigger, uma contista gaúcha.
Fui pega de surpresa, a beira da piscina, as histórias começam normais e ficam muito muito loucas, ela tem idéias bastante psicodélicas, super inteligentes. É um tanto escatológico. Imaginativo é quase um eufemismo. O que escrevi é apenas uma brincadeira, que passa longe do talento da moça.
Gostaria de saber o que você acharia de um livro assim.
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Do mais, fiz primeira mamografia e tudo vai bem!

um beijo, boa sexta,
TiTa

domingo, julho 20, 2008

Livro: Precisamos falar sobre o Kevin


Aproveitando minhas férias na praia, levei uns 4 livros e tive um bom saldo de leitura que pretendo comentar post a post conforme percorro o final de minhas pseudo férias.


Esse foi recomendado pela Bethinha do blog
Noites em Claro.


A história é de uma americana com ascendência armênia que ama de paixão qualquer canto do mundo, e principalmente qualquer canto do mundo, excluindo seu país. É absurdamente bem escrita e a escritora é capaz de colocar no papel sentimentos escusos, desses que temos negamos de pés juntos a nós mesmos.

Conta uma história de um adolescente bem abastado, do tipo que está na moda nos Estados Unidos, que mata coleguinhas e alguns funcionários de sua escola de primeira linha.


O adolescente no caso é seu filho mais velho da narradora e ela repensa toda sua história de maneira muito clara na forma de cartas para Franklin, o pai do garoto. Ao escrever conseguimos assentar nossas idéias, ter uma companhia que ouve em silêncio e com atenção, dar cabo a horas insones, matar saudades, aplacar angústias. Enfim, ao escrever ela tenta digerir tudo o que aconteceu em sua (indigesta, diga-se de passagem) vida, que culminou com o assassinato em massa. Procura ser honesta consigo mesma tentando exorcizar a maldita culpa que já é incutida em nossa cabeça, independente da nossa vontade, assim que a menstruação atrasa. Tenho como certo que mesmo ela sabendo que não é culpada, imagino que coloca a cabeça no travesseiro e tem a nítda sensação de que é sim a responsável por tudo. Ela foi mãe perto dos 40 anos, fato que pode não significar nada, mas que nos leva geralmente a pensar numa gravidez muito bem planejada, pois se alguém nunca ficou grávida (ou nunca abortou uma gestação) até os trinta e tantos anos, não vai ser com essa idade que vai ser "pega de surpresa". No entanto ela não estava de mãos dadas com a maternidade, para ser um tanto romântica, quando decidiu ter o Kevin. Ela pesou muito o momento certo e ainda assim, parece não ter tido essa gravidez na época adequada. Ironicamente ela comenta que fazia lista de prós e contras, mas confessa que nunca estava na lista um contra do tipo: não vou ter filho pois ele pode ser um assassino. Pena que sua visão racional não ia tão longe. Comentei em outro post nesse blog sobre a "graça"(no sentido de ser agraciada mesmo) que passei a ver meu ofício (antes eu só via a grandeza do momento e não do futuro de uma pessoa) de obstar, praticar obstetrícia, estar ao lado e ajudar a trazer ao mundo um ser humano, que pode ser um futuro Einstein ou um futuro Paulo Maluf, havia citado eu. É isso, mesmo sendo nosso filho, a gente não tem, e não deve ter mesmo, a mínima idéia do tamanho da supresa - para usar uma palavra leve - que teremos. Mas imaginar que ele será um sociopata, ou seja, alguém que não sente remorso ou culpa pela atrocidades que é capaz de cometer, é demais. Como ela conta no livro, Franklin , seu então marido, não tolerava esses tipos de pensamentos "contar com o desastre é cortejá-lo", ele dizia.

Ela fica grávida pelo desafio de ficar grávida, para "virar uma página" - assim como se almoça para terminar a manhã e começar o período vespertino. Acaba que não consegue vencer o sentimento de ambivalência que a gravidez a propõe, nem mesmo quando o menino já chora no quarto ao lado. Não sente nada de especial quando enfim, depois de um longo trabalho de parto, dá a luz a um menino que não lhe diz nada com o olhar. Não se sente tocada pela varinha da fada da maternidade e realmente os sentimentos para ela são praticamente contos de fada ou histórias de extra-terrestres. Previsivelmente ela termina não sendo capaz de amamentar e com depressão puerperal. Tudo muito aparentemente incomum, pricipalmente quando se lê da forma crua e impiedosa que é bem escrita a gestação e primeiros meses do bebê, mas muito real.


Desde o primeiro momento, mas principalmente com o desenrolar da história, fiz um paralelo com um filme que vi ainda no meu internato, numa aula da disciplina de psiquiatria
O Anjo Malvado. Muito bom o filme, dois meninos primos de idade semelhantes acabam morando na mesma casa quando um deles, o anjo bom, se torna órfão. Esse "anjo bom" descobre as maldades que o outro é capaz de fazer e fica perplexo sem conseguir mostrar aos adultos o show de horrores que passa a viver. A autora também vivencia isso: vê o filho armar seu show e não consegue convencer o marido que as coisas não vão pelo caminho certo. Que o ser humano tem uma maldade imensa e que precisa ser muito bem capada para a sobrevivência da espécie todos sabemos. A criança tem esse lado mau bem desenvolvido, e está sendo provado pelo muito encontrado atualmente bullying, comum nas escolas hoje em dia e incomum de achar escola que saiba lidar com o problema. Mais interessante é a interpretação que o psiquiatra nosso professor nos propôs de que o filme é uma alegoria, sendo que anjo bom e anjo mau são os mesmos, parte de um mesmo ser. O futuro desse "anjinho" depende, dentre outras coisas, do lado que será estimulado e do lado que será freado. De fato o menino Kevin foi reforçado em sua maldade pelo pai cegado pela varinha da fada da paternidade (ele foi tocado pela varinha!). E foram vários os sinalizadores, ao menos da forma como coloca a própria mãe e de acordo com o que escreve ela percebia no ato e não apenas agora depois que já se sabe o fim (ou será o meio?) da história. Por outro lado, esse pai tinha de suavizar a maternidade muito mal resolvida e amparava demais onde sentia a todo momento o desamparo velado da mãe. No filme o final é feliz. Na vida real do livro, a mãe consegue ver o lado mau dela mas não consegue estirpar. A ela só resta de certa forma se unir a ele. Ela sabe ser parte dele. Se não foi capaz de aproveitar o que poderia ter de bom no que seria o sentimento mais puro do mundo, ela deve pagar penitências por isso e visitar o garoto regularmente, como uma mãe normal faria e ela mecanicamente faz.

O livro é pesado e não digo apenas de conteúdo. É um livro de 464 páginas de letras miúdas, desses que não costumo gostar principalmente por tornar não portátil o que é para ser portátil. A capa, como pode ser vista acima, tem uma imagem hedionda de uma criança com uma máscara de bicho selvagem. É muito boa, pois já desperta na pessoa que vê ( e até em meus filhos: minha troiana logo disse que não gostava desse homem!) o mesmo desconforto da história nele contida. Parecia que eu não iria conseguir terminar nunca, apesar de ler com muito interesse horas seguidas. Mesmo sabendo a história ia surpreendendo com a personalidade extremamente inteligente e na mesma medida crítica da autora. Ela tem horror ao norte americano padrão obeso com caminhonete que se julga dono do mundo ou de boa parte dele. Também venho de um núcleo familiar extremamente crítico e posso atestar que isso não pode ser isoladamente, aliás como nada, responsabilizado como desencadeador da tragédia. De forma que a inteligência dela e o mal jeito de lidar com sentimentos nos cativa e nos faz seguir ansiosos adiante no livro, que ainda é capaz de supreender como um thriller.


um beijo e boa noite,

TiTa

sábado, julho 05, 2008

Então vamos brindar!


Lá estava eu na prosaica pizza do sábado a noite em família, tomando um suco de morango muito bem escolhido (sim,porque suco de morango escolhido é bem melhor!) e na mesa ao lado composta por seis ou oito adultos, de idades variadas, munidos de chopps claros ou escuros e eis que o primeiro ergue o punho com o copo em mãos e puxa um brinde ao "shauhdsuoasdl". Caramba não consegui entender o que estava sendo brindado!!! Até que a senhora localizada em frente a ele complementa o brinde " para que nunca mais ...studatedortraeduekdpp othn,zs!"

Então na absoluta impossibilidade de compreensão do motivo que faria a mesa brindar pensei em coisas passíveis de brinde. Desde o primordial "saúde", saudando a saúde, até um brinde a nova vida, a casa própria, ao carro novo, ao término da tese, ao noivado -quase em extinção-, a gravidez, a viagem por vir, a viagem que passou, a promoção profissional, a cirurgia bem sucedida...tantos motivos para brindar! Com ou sem álcool, já que o álcool nas mesas andam em baixa por conta dos 15 bafômetros que existem na grande São Paulo e que podem te atingir a qualquer momento, tão certeiro como um asteróide que cai do céu esquecendo de saber que seu destino era o mar.


Motivo para brindar, de verdade, não me falta. E sei também que a vida sem brindes não tem tanta graça. Confesso que achei esquisito sair hoje da festinha de criança que fomos no almoço sem as tais lembrancinhas. Nada falei, mas a troiana, ainda uma quadra distante do local da festa, disparou que achou "estranho não ter lembrancinha". Foi bom porque nenhum deles me fez passar vergonha. Só ela comentou, com a maior discrição e já há um raio maior que 500 metros, a ausência de tal sacolinha geralmente cheia de objetos inúteis e guloseimas úteis. Nada de brinde. Nem por isso a festa foi menos boa, é certo. Aliás a lembrancinha me serve muitíssimo. Já faz uns bons anos que aprendi como sair de festas infantis sem que os meus infantes demonstrem irredutibilidade quanto a minha decisão de evadir o local. Com a mãe do Biel aprendi que não devemos falar: "pegue seus sapatos que vamos embora", e sim " pegue seus sapatos e vamos pegar as lembrancinhas", estrategicamente localizadas a porta de saída e já com os menores entretidos nas tais inutilidades (por vezes tão bonitinhas, tão caprichosas!) facilmente alcançamos o nosso veículo e vamos até onde quisermos, sem maiores rebeldias.


Como não pude entender o motivo do brinde da mesa ao lado e ainda assim, me rendeu um post, no meio de uma maré de falta de tempo/assunto, devo brindar a minha Santa Curiosidade que me leva a situações e lugares por vezes esquisitos, mas de um modo geral me faz, no mínimo, mais divertida.


Muito boa, a noite. Para todos nós.


beijo,

TiTa

PS1: Se for beber não dirija. Mas não tem nada a ver com o bafômetro, e sim com reflexos diminuídos e acidentes mesmo.
PS2: Um brinde a minha mãe, que viajou até minha casa pra ficar aqui na primeira semana das férias com os troianos...e comigo também!


quinta-feira, junho 19, 2008

Trapaças


ele tenta me enganar,

ele acha que é capaz de me enganar,

disfarça, fala manso, fala baixo.

no horário do delito somos presas fáceis e deseperadas.


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Na íntegra:
Perto de oito da manhã, o grandão me liga exasperado pois não se localiza a lancheira do pequeno na hora da saída pra escola, já levemente atrasado.
Entendo a situação. Ontem ele esqueceu mochila e lancheira em casa e foi "presenteado" com um lanche da cantina...Salgadinho com refrigrante e chocolate de sobremesa, o sonho de qualquer garoto de escola! Até eu que era mais boba gostava, oras! Então ele astutamente pensou, se sumir a lancheira hoje terei lanche da cantina de novo...
Eu do outro lado da linha, eu já na ativa com uma senhora com queixa ginecológica bem na minha frente oriento o grandão a perguntar a ele onde está que ele deve sim saber da lancheira afinal não terá lanche de cantina coisa nenhuma e acabará é ficando sem lanche mesmo. Enquanto estou dando as cordenadas e explicando o que aconteceu, escuto a vozinha do magrinho que adora comer uma besteira achando a lancheira de pronto.
Agora sim, hora de ir pra escola!
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
beijos,
Tita

quinta-feira, junho 12, 2008

Meu bem querer


Está sacramentado em meu coração. (já dizia Djavan)
*
Um beijo, torcendo pra que todos tenham um amor como eu tenho esse grande amor,
TiTa

sábado, junho 07, 2008

Tanta coisa


faz um tempo que o silêncio se fez, se faz.

muita coisa aconteceu e acontece.

Preciso de ócio para escrever,

Preciso é o tempo para viver.


Aponto algumas mudanças, desde março até esse junho:


*Estou mais feliz em São José (seria isso possível? Sim!).

*Comecei consultório particular aqui, ainda en-gre-nan-do, mas tudo bem.

*Compramos uma casa, pensamos em mudanças necessárias e sonhadas, contratamos arquitetos e por hora estamos quase certos que o banheiro azul marinho da nossa suíte com hidro azul royal nem é tão feio e tão difícil de acostumar...qualquer coisinha que se pensa em mexer numa casa me faz pensar que eu ao menos deveria jogar na loteria.

*Estou convencida que não sobrevivo sem empregada doméstica. Agora vou achar a certa.

*Continuo apreciando as pizzas em dias da semana. Pares ou ímpares, com qualquer tipo de lua no céu ou mesmo sem ela.

*Conheci scrapbook, me apaixonei, gastei um dinheirinho comprando coisinhas lindas que fazem outras coisinhas lindas. Já fiz três álbuns...muito prazeroso.

*Ganhei a sobrinha mais linda do mundo: Marina chegou, agora sim sou tia. Eles que se cuidem, pois como boa tia farei o possível pra "estragar" a menina:)

*Voltei a ir pra São Paulo, para os meus plantões de quinta-feira. O hospital não mudou muito nem a tividade que eu desempenho. PRECISO É O TEMPO PRA SE VIVER (trabalhar na porta de pronto-socorro oncológico me faz lembrar disso a todo minuto). Ainda tento transferir meu vínculo pra cá, uma hora sai.

*Relembrei o custo de vida alto da cidade cinza (" e suja em sua desobediência")...o cartão deve estourar nesse mês, mas São Visa que me desculpe, as coisas boas e belas de São Paulo me deixam convencida que não sei como dormia sem elas antes.

*Amizades se fazem com tempo. Apesar de pouco mais de um ano aqui já tenho bons amigos. Isso é muito bom.

* Comecei a gostar de assistir House, o médico charmoso que carrega a tristeza travestida em prepotência. Me interessa como a série disseca os relacionamentos humanos, pricipalmente na relação médico-paciente, as relações entre médicos e também como as famílias se portam frente a problemas de saúde. Deixando de lado os óbvios e necessários lugares-comuns, o doutor azedo mas muito carismático me tem feito perder algumas horas....Pensando bem dá pra escrever um compêndio sobre House. PRECISO É O TEMPO PRA SE VIVER. House briga com outro médico deizendo que ninguém morre com dignidade, e sim vive com dignidade. A morte nã deve ser digna...

*Passei por um dia das mães. Deveria ter ao menos um por mês. São tantos carinhos, tantos mimos caseiros...tanto amor....tanto amor...tanto amor!
*Fiquei mais velha, continuo com a idéia de ter o terceiro filho, mas confesso que ela fica cada vez mais remota.

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*
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tem coisas que a gente não conta nem pra gente, né? São perigosas demais.


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Uma forma de voltar a escrever num blog é escrever como num querido diário.

Escrever num diário é uma forma de assentar a vida e transformar idéias em fatos.

* do mais? Em julho vou pra Bahia e não terei de assinar pra tomar uma água de côco ou picolé. Se isso me parece interessante, para os troianos é algo que eles contam os dias ao esperar.


um beijo, tenho saudade, podem ter certeza.

TiTa
PS: Bethinha me passou um meme que eu vou responder. em breve!

quarta-feira, março 26, 2008

Às vezes...


Vivo correndo, vivo pensando que estou despistando o tempo.

Me engano pensando que o venço o tempo a cada tarefa que consigo cumprir.

A vida bruta e o mundo cão insistem em me fazer esquecer a menina que fui.

E a menina que ainda um dia serei.

um beijo,

TiTa.

PS: Quem é que eu era mesmo? Sei lá, fiquei assim hoje.

A ilustração é de um amigo meu, Maurício Negro, casado com uma amiga minha e irmão de outra amiga e cunhado de um amigo meu. Amigos, amigos, quem vive sem eles?

Vejam que lindo o blog dele, já está nos favoritos.

E quando vejo o meu Maurício, troiano, desenhando tão bonito com sua mão esquerda penso...até que pode ter futuro:)

quarta-feira, março 05, 2008

Um suspense.

O cara parou no acostamento da rodovia.
Esperou o melhor momento para a manobra.
Quando abriu um espaço, fez a curva fechada.
Dirigiu reto, na contramão.
Buscava que alguém o buscasse.(E por que querer colocar alguém no meio? Por que esse desejo de mudar o seu destino associado a mudança na vida de outras pessoas?)
Tinham de acertar em cheio, a tangente não servia.
Deve ter imaginado seus minutos póstumos de celebridade. É a época que vivemos, a irmandade da celebridade, o big brother da vida real. Ele em filmete nos noticiários. Deu uma gargalhada pensando.
Dominar a vida através da negação da própria.
Finalmente alguém sucumbiu ao seu desejo inadequado e inexpressável até então.
Descobrir a essência desse desejo silente, que grita de maneira terminal, deve ser a razão de alguns inconformados que sobraram.
O desejo que eu não sei, e ninguém pode supor de forma coerente.
Assim como a vida, meu irmão, não é coerente.


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Vivemos, vivemos, vivemos, somos hábeis em fingir ser tudo normal.
O trânsito descabido? Normal.
A fome do nosso semelhante? Normal.
A roubalheira de alguns muitos que tem poder? Normal.
Não almoçar porque tem de trabalhar? Normal.
Comprar uma bolsa que custa 50% do seu salário? Normal.
A falta de dignidade por não se ter um trabalho? Normal
A falta de dignidade por se viver de uma bolsa sei lá do quê assistencial? Normal.
Assistir com afinco a vida de outros com um "interesse comportamental" de como o ser humano reaje no confinamento? Normal.
Querer um atestado para " se encostar" por 10 dias em casa e não ter de ir trabalhar e quem sabe até poder viajar? Normal.
Ter taquicardia quando se está parado no farol vermelho e passa um motoboy, possível assaltante? Normal.

Tratar seres humanos como animais e animais como seres humanos? Normal.

É revoltante a nossa capacidade de adaptação. E não se adaptar pode ser mais desgastante e inquietante do que se adaptar. A segunda alternativa é mais árdua e perigosa.

Pode custar a vida.

um beijo
TiTa

sábado, março 01, 2008

O brilho que se brilha


Ontem estive com uma pessoa carismática e me intrigou, na verdade me intriga, como certas pessoas possuem alguma característica que não conseguimos facilmente apontar qual é, mas podemos simplesmente sentir que está presente e constatar que existem pessoas que são assim, talvez brilhantes por natureza. Abençoadas, diriam outros. A nós nos resta o deleite da companhia. Não acho que esteja relacionado apenas a um possível sorriso verdadeiro, ou a um brilho no olhar, ou uma covinha que surge quando se move os lábios, ou ainda um levantar unilateral de sobrancelha somado a um olhar certeiro. Tampouco está associado ao QI, ou ao tipo discurso que a pessoa toma, ou ao tom de voz, ou ao sotaque especial para pronumciar uma determinada frase. Também não necessariamente podemos unir o tal carisma com o uso pessoal e particular de alguns ítens de vestimenta ou adorno - definitivo ou não. O fato é que o carisma é um enigma que o dicionário Houaiss da língua portuguesa define como uma fascinação irresistível exercida por alguém a um grupo de pessoas. Encontrar atores(atrizes) ou cantores(as)com tal adjetivo é fato mais corriqueiro, mas ontem eu reconheci esse brilho na garçonete que nos serviu num restaurante de bairro de São Paulo, muito digno de visita. E a morena brejeira que na verdade servia outro setor de mesas, mas que estava sempre disposta a ajudar quem quer que fosse, tinha essa luz. Esse quê a mais que a fará ser destaque onde quer que ela for. Tentei ler em suas atitudes o que a fazia especial. Certamente nela se enquadrava o simpático sorriso aberto e o comportamento de observar o seu próximo de forma que conseguia chegar para ajudar antes de que fosse solicitado. O problema daquele que está próximo dela era visto mais rápido que a própria pessoa o diagnosticasse e era resolvido ainda antes que o outro tivesse o desconforto de percebê-lo. Da forma que me transpareceu, pelas suas atitudes não só ligadas ao servir as mesas, essa sua característica não estava presente devido a sua profissão, embora seja natural num bom garçom encontrar essa presteza e cuidado com aquele que está ao seu redor.



Não me contive e disse a que ela era especial. Não se fui redundante, mas pessoas asssim, dentro de uma humildade gostosa, já sabem que possuem essa luz. E que de certa forma são merecedoras dela por saberem exatamente como irradiá-la.



Um beijo,

TiTa

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Minha cidade na Europa

You Belong in Barcelona
When it comes to Europe, you don't want to decide between culture and fun. You want art by day and a big party by night.
Barcelona is ideal for you. You can check out some Picasso, eat some tapas, take a siesta, and then dance all night!
What European City Do You Belong In?


e tu, que tal?

bom final de semana!

Curva (a minha)


"foi por te ver

andando,

reto entre tudo que há de incerto em mim,

que eu sempre te quis assim"



(sempre te quis - Hebert Vianna)
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Perfeito, não?
Tanto quanto as curvas devem ser.
(uma curva são várias pequenas retas)
besitos
TiTa
Livremente baseado no blog da Lu!

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

ao amor deles

Hoje, eu que os conheci assim,
descobri que já não estarão mais sozinhos por mares paradisíacos.
Ao amor deles e ao fruto do amor deles,
desejo mais e sempre,
AMOR.

besito
Tita

FELICIDADE:


para a cabeça é a sombra. (a de cima, debaixo)
para os olhos são os óculos. (olhando)
para o nariz é meu travesseiro. (em casa)
para as orelhas é a boa nova. (com o ouvido)
para a boca é a sua. (o ósculo)
para língua é a água. (esqueça a égua)
para os ombros é o sol. (e as sardas que ele dá)
para os braços é o movimento. (braços são felizes?)
para as mãos são os dedos. (os meus, os seus)
.
.
.
para as tripas é o doce. (e ver tripa feliz é o meu fim)
.
.
.....................................................................................

Tá danado de difícil de controlar essa gana. Ontem e
hoje os dias foram enfiados numa latinha de leite Moça. Plus chocolate branco, plus broinha de fubá da Flor de Ypê, padoca das boas da cidade.

ê vida dura...


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Um beijo.
Doce, doce,
Doce de dar dó,
TiTa
(foto:manequim na banheira do botequim)

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

my kind of coffe

You Are a Plain Ole Cup of Joe

But don't think plain - instead think, uncomplicated
You're a low maintenance kind of girl... who can hang with the guys
Down to earth, easy going, and fun! Yup, that's you: the friend everyone invites.
And your dependable too. Both for a laugh and a sympathetic ear.

domingo, fevereiro 03, 2008

O seu olhar.


Quando não há mais nada, ou quase nada,

Ainda assim, mesmo que num lugar distante, há música e poesia.
-
E escondido fica minha manifestação de emoção, do choro e do riso.
Lá de dentro, quando encontro o que pulsa e comove, vibro com a idéia que uma pausa não é necessariamente um fim.
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.
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ooo<<<000>>>ooo<<<000>>>ooo<<<000>>>ooo<<<000>>>
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O SEU OLHAR - Arnaldo Antunes.

O seu olhar lá fora

O seu olhar no céu

O seu olhar demora

O seu olhar no meu

O seu olhar seu olhar melhora...

Melhora o meu.

Onde a brasa mora

E devora o breu

Como a chuva molha

O que se escondeu

O seu olhar seu olhar melhora...

Melhora o meu.

O seu olhar agora

O seu olhar nasceu

O seu olhar me olha

O seu olhar é seu

O seu olhar seu olhar melhora...

Melhora o meu.
-
um beijos todos, cheinha de saudades,
TiTa

PS: imagem de "tete de une femme" PiCASSO.