quinta-feira, março 22, 2007

Borat

Nessa tarde assisti Borat: Aprender Cultura da América para Fazer Benefício Glorioso à Nação do Cazaquistão ( Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan). Dei risada, não vou negar. No entanto o que sobressaiu, foi a sensação de desconforto de estar fazendo muito pouco caso com questões sérias demais. Bem eu, uma menina que adora fazer graça. Sempre tenho uma tirada, do tipo que perde o amigo mas não perde a piada... Pois é, mas me chocou o filme por tratar a diferença cultural sem o respeito necessário. E também a homossexualidade, a religião, o sexismo, a ignorância, a deficiência mental e etc.
Pode ser motivando mesmo esse desconforto que ele, Sacha Baron Cohen (cidadão inglês) - o Borat, busca levantar questões e cutucar nações e culturas. Mas sinceramente achei que ele quis "causar" de uma forma muito primitiva e ingênua, ainda que genuína.
Ele filmou pessoas que não sabiam que estavam sendo filmadas e suas reações no mínimo espontâneas. Isso não é lá muito legal se ele não obteve permissão para usar a imagem dessas mesmas pessoas. E ainda querer ganhar muito dinheiro em cima disso tudo? Li em um site que a polícia foi chamada mais de 90 vezes durante as filmagens.

Voltando ao assunto cifrão, tomara que ele ganhe muito dinheiro. Será necessário para pagar o legado de processos que o filme deixou.


E você, gostou?
um beijo,
Tita.

7 comentários:

Laís Flores disse...

Parece que o discurso dele quando recebeu um prêmio lá de melhor ator (não era do Globo de Ouro, não lembro ao certo...) foi mais ou menos assim: "quero agradecer à todas as pessoas que me processaram e barará" claro que o barará foi meu! ahahahaha!

Mas enfim... vendo desse lado tu tá absolutamente certa... mas é dá perfeitamente pra ver também o lado de que as pessoas podem pensar que esse personangem impoliticamente correto total é pra pensar o contrário, saca? Sei lá, acho que humor negro é humor negro e ponto. Não dá realmente pra tentar pôr algum moralismo nele porque senão seria humor cinza...

Enfim, beiba! Vou ler teus outros textos *tava em falta aqui, né?*
Beijosssss!!!

Beth Blue disse...

não vi e não gostei!!! porque só o trailer já me deixou profundamente irritada...

Eu não sei, você sabe? disse...

Beth, eu também liguei o botão da não vontade de ir, tanto que tive de ir a tarde e sozinha...como se fosse algo escuso, Carlão se recusou...
Resolvi ir para poder tentar entender o que atrai tanta gente. É, o ser humano é odiável.

beijo

FELICIDADEetrist... disse...

Minha crítica de cinema PREFERIDA (sim, vczinha!) já decretou: Borat, no máximo, em DVD, apenas para fins de estudo antropológico!!! Hahahaha!
Bjs, minha querida! Texto excelente, pra variar...

Anônimo disse...

Ei Tita,

Borat é fantástico! Honestamente, já perdi muitos laços culturais com o Brasil apesar do pouco tempo fora. Borat é filme para o público americano e ponto final! Cada cultura tem sua percepção aguçada, moldada, treinada para ler aspectos específicos da vida, até nos mínimos detalhes do chroma de um filme, suas texturas e cores.

Desculpe-me mas se um brasileiro não for profundo conhecedor por experiência, e não por análise, da cultura americana perde pelo menos uns 40% das "delícias" de Borat. E eu não estou falando de brasileiro que vai ralar nos USA! Estes mal se comunicam e vivem em colônias (é... aquelas mesmas que tantos brasileiros criticam dos asiáticos aí em Sampa!). Estou me referindo aos brasileiros que se relacionam de igual para igual com americanos profissionalmente e socialmente, que ao conversar revelam um sotaque tão ínfimo que o interlocutor nativo fica na dúvida se ele é imigrante ou de algum estado longínquo.

Por causa disso, os não-americanos vêem Borat e são obrigados a se ater às críticas de cunho moral mais universais e pesadas. Para quem já viu outros trabalhos do Sacha, sabem que o objetivo dele é o de chocar e no caso de Borat, sacudir a estrutura cultural americana, gerar discussões e críticas pelo choque.

Quanto a não ser muito legal filmar o povo sem que eles soubessem.... ahhhh... qualé?!?! é exatamente esta a força da base argumentativa. Se ele avisasse antes... hmmm... would defeat the purpose... perderia o sentido!

E foi o Golden Globe que ele ganhou sim, e o discurso foi o contrário. Ele disse: "...se você é um dos poucos americanos que não me processou, muito obrigado...", incutindo que deus e o mundo americano lhe processaram.

Então é isto que penso... que Borat é filme para mero "estudo antropológico" apenas para não-americanos que não estão aparatados para ver/entender além das críticas morais universais. É como querer que americano entenda as nuances de "Cidade de Deus" ou "Madame Satã". Not a chance!!! Certa vez, assisti "Cidade de Deus" com um casal amigo meu, ele cirurgião, ela, dentista, americanos. Só o pouco que li da legenda em Inglês era ridículo!! No final do filme, a impressão dos dois era restrita exatamente ao problema macro-moral: só uma mais uma história triste de pobreza e falta de estrutura educacional levando a pequenas tragédias no terceiro mundo.

Tendo dito isto, confesso que Borat é filme para se ver uma vez e pronto!

Beijo,

Eu não sei, você sabe? disse...

UAu, Leo!
Interessante seu ponto de vista, mas ainda acho agressivo essa forma de questinamento. Acho que o ser humano deveria conseguir abstrair mais a partir de outras formas para comunicar a mesma coisa.
;)
Muito bom, obrigada!
tita

Eu não sei, você sabe? disse...

Sim, Lu, você é uma querida e uma grande incentivadora!
beijos e obrigada, tita