quinta-feira, novembro 30, 2006

Numa quinta-feira, qualquer chuva que chover é pouca



Ilustração de Ralfe Braga, coisas que só descobrimos porque existe internet.

V* acordou cedo e não foi nada fácil. Chovia pra cacete na cidade, mas ele já estava cansado do barulho da chuva para poder se apegar a ele. Não ter o que fazer era a rotina e se descobrir incapaz aos 58 anos levava-o ao fundo de poço. Vestiu sua calça surrada e suja. Arrumou o cabelo ondulado e grisalho com o pente fino que cuidadosamente recolocou no bolso de trás da sua calça. Junto com a carteira carregada com apostas da mega sena, quina, jogo do bicho e uma rifa de DVD que será sorteada no dia 20 de dezembro. Na sua carteira, ainda, seu Registro Geral e nenhuma cédula ou moeda, nenhuma. Na absoluta falta de dinheiro existiam alguns boletos para pagar e um cartão Rener. Um homem cheio de sonhos quase impossíveis. Em seu RG, a três por quatro é digna de mafioso, talvez o sobrenome que sugeriu participação em organizações escusas. Mas quem vê aparência não vê essência, e definitivamente não era o caso. Ainda estava escuro quando saltou do ônibus e caminhou até a porta da oficina mecânica do irmão e por não encontrá-lo tão cedo lá, puxou seu Derby de embalagem azul acomodada no bolso da camisa e o levou até boca. Diante das portas cerradas do estabelecimento esperou alguns minutos antes de acendê-lo. Não porque titubeasse na vontade de fumá-lo, e sim porque, naquela hora da manhã seus gestos eram naturalmente mais lentos. A tragada não caíra bem e antes da segunda ele jogou o danado na sarjeta, maldizendo-o. Talvez tarde demais. Foi tomado por uma mal estar. Suava frio na testa e o ar se recusava entrar em seus pulmões. Tentou pensar rápido com o oxigênio que restava em seu cérebro e andou a passos lentos até a padaria já aberta. Pediu um copo d'água, que foi prontamente recolhido da torneira e estendido até sua mão pálida de unhas sujas. Tomou meio gole e o mal estar aumentou. O sujeito ao seu lado viu que algo não ia bem. V* se escorou no balcão e escorregou caprichosamente até estender-se no solo. Ele já não via mais nada com seus esbugalhados olhos azuis. Um elemento pulou sobre seu tórax e começou a fazer movimentos que o mesmo chamou de ressucitação. A emergência modificou a manhã da padaria do centro e o assessor parlamentar do vereador músico de São Paulo que passa diarimente em frente ao local observou o movimento estranho antes de chegar ao seu gabinete de trabalho. Acenou com vigor para a primeira ambulância que passava. Mesmo estando com outra paciente o carro parou e atendeu o homem, que já chegou ao hospital sem respiração, sem pulso, sem batimento cardíaco. Mas com a carteira no bolso da calça. O assessor parlamentar não sabia informar quanto tempo tinha se passado, mas pela aparência de V* já havia alguns bons minutos. Só restou tentar identificar a pessoa e avisar a família. É para isso que vivemos. Para ter o nosso dia que será muito diferente, mas não teremos a quem contar.

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A quinta-feira seguiu com chuva forte.

terça-feira, novembro 28, 2006

Acelerada

Troiana por Helô!



Minha vida é mais que acelerada. Nem preciso muito para justificar. Dois filhos(sem contar a babá que tem 18 anos recém-completos e eu a chamo de minha mais velha!), três empregos (sendo que em um deles as pacientes ficam com meu telefone, então dá-lhe hora extra!) e uma mudança de cidade. Não estou reclamando, será que eu saberia viver diferente?
Ontem levei todos para o posto comigo, trabalhar com a mamãe. Claro que me arrependi e jurei nunca mais fazer isso. A troiana toda feliz: Mãe eu vou trabalhar com você para comprar dinheiro. Ela guardou a moral da história mas não muito bem o enredo.

Um beijo e bom dia!
Tita

segunda-feira, novembro 27, 2006

Micocococococococo(Lê-se como uma espécie de eco)

Sim, fui intimada pela Mariana, essa menina do sitio da Maricota, a contar meu mico publicável.
A idéia surgiu do Leonardo do Indizível e já está se propagando entre blogueiros. No mínimo, ótimas risadas renderão...

Estava eu de férias na Espanha, século passado, com minha irmã e uma amiga. A viagem, um tesão, conhecer a Europa, um sonho sendo realizado. Achei incrível como os espanhóis não entendem o português(e depois descobri que eu mal compreendia o português de Portugal mesmo, aquele que não é o das piadas de Manuel e Joaquim). Fiquei muito indignada com o garçom não entender que eu queria "Uma coca-ligth", a cara de interrogação do sujeito, desolado com meu pedido estranho. Minha irmã, que é casada com um moço que sabe imitar o espanhol de cada país e é um show de humor a parte, interveio a meu favor . Ela leva muito jeito com línguas e gentilmente disse em cantado espanhol "Una cocalai!", daí o moço compreendeu. Sei lá, tão igual pra mim, mas...
O mico se deu em Sevilha, cidade que me encantou e me faz crer que já vivi lá em outras vidas, se é que alguém que me lê acredita nisso, eu comecei a acreditar depois que lá estive. Acordamos e fomos tomar café da manhã. Bem alimentada, surge o famoso reflexo gastro-cólico que muitos conhecem talvez sem esse nome técnico, mas significa que se algo entrou outro algo deve sair, e rápido. Subi às pressas e sozinha para o quarto. Vejam que absurdo, encontro na porta de MEU quarto uma placa dizendo que deveríamos arrumar o quarto! Caraca, essa camareira deve estar doida, achando que é minha mãe, botando plaquinha na porta de meu quarto para eu arrumá-lo! Que folgada! Que que é isso? Eu que sou totalmente da paz fiquei de fato indignada com a liberdade daquela placa lá e fui atrá da camareira do andar explicar que eu arrumo o quarto quando eu quiser e se eu quiser, entendeu? Mas tudo no meu portunhol que não tem nada de portunhol, uma lástima. "Escuta, dona, NOSOSTRAS (claro, eu já estava pra lá de molusco...) bamos arrumar o quarto quando quisermos, viu ...Quem a senhora acha que é? Mãmã? Nonono!
Eis que minha irmã e a minha amiga chegam e pegam eu explicando a situação para a pobre senhora. Minha amiga tomou meu partido de início, e minha irmã mais nova que é muito mais lúcida tentava me explicar que a chefe das camareiras havia posto a placa para que suas subordinadas soubessem o trabalho a ser feito. Simples e corriqueiro em hotéis, não? E eu sabia, claro, mas acho que o lapso em meu pensamento se deu por dois motivos principais: Primeiro a dificuldade da língua(espanhol?), que eu precisei traduzir com esforço o aviso que eu desavisada encontrei na maçaneta da porta. E segundo, devido a urgência de minha situação, acho que, como dizem minhas pacientes, estava subindo fezes para a cabeça, de forma a atrapalhar meu raciocínio que costuma ser excelente, desde a segunda série do primário quando Dona Maria Flora, minha então professorinha disse para minha mãe que eu era muito esperta e tinha ótimo raciocínio(ao menos matemático). Enfim, mico que é mico deve ser bem justificado, e esse está!

Um beijo e boa semana!
Tita

Passo a bola para contarem seu micos, minhas sócias nessas empreitadas de blog:

Lalaiá, Dona flores.

Helo Helê.

Srta. Mirliton.

Bethinha M30.

Marley, minha única amiga Marley.

Vamos, lá. Aposto que vocês tem ótimas histórias!

domingo, novembro 26, 2006

O Céu de Suely: "Give up my life, my heart, my own"


A mínima foto é só para salientar a grandeza do filme
Acabo de chegar do cinema. Filme brasileiro, O Céu de Suely . Entrem no link e assistam o trailer( digo mais escutem a trilha sonora se possível), vejam se eu estou exagerando...Talvez esteja, mas agora, nesse momento, tenho certeza que não é exagero. De longe, o melhor filme que vi nos últimos meses. Tocante, sensível e sensual. À flor da pele. Atores que parecem ser eles mesmos, como deve ser. Música que abre, para mim é uma versão de Everything I Own de Boy George. Até agora não sei se é, mas se não for, é muito parecida. E já tá muito pra mim ter identificado esse fato ou coincidência.
Hermila Guedes é a atriz principal e só o Hermila ( o nome e a atriz) já é puro charme. Ela faz Hermila (coloquem um acento agudo no "e" para dar o toque nordestino). João Miguel, sendo João, está muito bem também (aliás ele está imperdível em Cinema, Aspirinas e Urubus). É de uma simplicidade, e por isso tão interessante. Colocar todos os personagens com seus verdadeiros nomes é o obvio que conquista. Quero dizer que o óbvio é difícil de encontrar por vezes,nos acostumamos a tentar elaborar demais. Mas aqui, na simplicidade e na pureza, o diretor nos atinge em cheio.
Uma desilusão amorosa que conduz uma vida, que muda a personalidade e tenta se traduzir em força o que é a fraqueza. E a partir daí ela não saberá fraquejar nunca mais. Ela não saberá amar nunca mais. São lindas demais a fotografia, as cenas, a música, no que elas têm a nos oferecer. Não sei dizer tecnicamente o que acontece com a filmagem, a maneira que o filme é rodado, mas me comove por muitas vezes. Tocante, muito tocante.
Não sei se já ficou claro, mas aí está um filme que eu recomendo. Vá forte!
Boa noite!
Tita
P.S.:Engraçado, mas depois de ver o trailer desse O céu de Suely (quando assisti Volver) e de ler em um blog o comichão do assita logo me pegou. E nesse blog a moça conta que topou com uma "celebridade" no cinema. E o mais engraçado é que a celebridade respondeu ao tópico dela no blog(até agora não sei se é verdade que o cara mesmo respondeu!). Na saída encontrei com Marcelo Rubens Paiva. Será que ele vai googlar o nome dele e ler o que eu escrevi? Oh céus!
Hoje (30/11/06) li a coluna de Contardo Calligaris na folha que fala do filme. Me deu vontade de deixar o link aqui : http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2311200632.htm

Assuntos Vários

O problema do meu teclado se resolveu. Era falta de pilha, pode? E eu nem sabia que ia pilha só porque não tem fio. Coisdedoid...

Recebi de Maricota , que por sua vez foi intimada por Leonardo do Indizível a incumbência de relatar um mico meu...Oras, tarefa difícil, os micos são diversos, para dar e vender. Estou fazendo uma enquete interna entre meus entes queridos para saber qual vale o prêmio. Acredite, tenho muitos.

Eu ia falar de rotina mas o assunto se dissipou na eventual falta de pilha do teclado. Ele há de voltar a tona, agora meu assunto é outro...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Rotina


Aprisiona e cerceia. Mas pode nos dar o caminho. Com nós, ou sem eles.
Mais fotos lindas, aqui.
E outra sexta-feira chegou, junto com ela a promessa de um final de semana. Se antes finais de semana já tinham encanto, agora que sei que vou estar com meu amor eles têm muito mais que isso. Rotina poesr umnadppproteso meu teclado etá com prblema, acoqu nm Sõ
tenhod e trabalaaaar msjuor que dep instttttt ep
sa

quarta-feira, novembro 22, 2006

Queen - Under Pressure

S*E*N*S*A*C*I*O*N*A*L
That's me today.

terça-feira, novembro 21, 2006

Nossa Senhora da Escada

Hoje é dia da Nossa Senhora da Escada, e eu que nem sabia da sua existência, quase que devota a Santa me torno, já que ela é padroeira da cidade em que trabalho, e isso me garante o dia de folga. Mas ontem, o dia da consciência negra tive de trabalhar normalmente, como na maioria das cidades do Brasil. Em São Paulo foi feriado, e feriado em São Paulo significa poder trafegar nas ruas sem o básico nível de estresse devido ao trânsito infernal. Adoro feriados, e embora pareça irônico, principalmente quando eu não tenho folga pois é uma paz se dirigir ao local de trabalho. E costuma ser bem mais tranquilo o meu dia de trabalho também! Em dia de feriado incrivelmente as pessoas ficam com a saúde melhor e não costumam procurar os postos ou hospitais. Ao menos, não sem uma boa razão. Na verdade, encontram coisas melhores para se fazer. E muito das nossas doenças são causadas pelo próprio dia-a- dia que levamos. Ou, em dia de trabalho, simplesmente se precisa de um atestado médico e esse já é um bom motivo para se procurar um médico. Enfim, hoje, graças a Nossa Senhora da Escada (Uma espécie de alpinista no mundo religioso???) eu não trabalho.

Sexta à noite fui ao show que Emmerson Nogueira fez em São Paulo. Estava com um pessoal muito divertido, o que me garantiu o programa. Levei amendoinzinhos na bolsa, para que eu pudesse comer enquanto eu tomava meu red label(dessa vez ele eu não o levei...). Brincando com as meninas eu disse sobre minha preocupação de ter sempre um mantimento na bolsa. A anorexia pode ser como uma moléstia transmissível e assim eu estou preparada para não ser pega de surpresa. E quem conhece meu corpinho sabe o risco que corro...
Saí do show com uma vontade enorme de assistir um show do Legião Urbana. Sei que é um sonho impossível(nossa, quanta consciência), mas me lembrei do último show deles que assisti, em meio a um Renato Russo reclamando com a platéia, dado corriqueiro em shows do Legião. Na verdade queria um show deles e ainda que o Renato Russo não ficasse reclamando com os espectadores. Aí, meu sonho se torna mais impossível...Muitas saudades, mesmo. Mas foi porque ele tocou "Eu sei":
Composição: Renato Russo

Sexo verbal não faz meu estilo
Palavras são erros, e os erros são seus
Não quero lembrar que eu erro também
Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também
Eu sei...
Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas
A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem você
Mas não, não vá agora, quero honras e promessas
Lembranças e histórias
Somos pássaro novo, longe do ninho
Eu sei...

Ai que saudade que me deu. E de repente eu queria ouvir um monte de músicas deles. Um monte.



Mas então, foi que no sábado fomos a nossa próxima cidade, na festa de aniversário do condomínio que vamos morar na versão 2007. A cidade é do interior, mas é grande, avançada. E a festa tinha um show do Elvis Presley cover. Aí, a gente conclui que vai morrer mas não vai ver de tudo nesse mundo. O mestre de cerimônia apresenta uma jovem, que abre o Elvis cover, que é a única intérprete mulher de Elvis no Brasil. Nossa, que raridade, penso que a mocinha poderia estar no Guiness Book. No que ela começa a apresentação, com roupa de pastora evangélica nada condizente com o show de rock, concluo que Elvis deve ter de fato morrido e mandou aquela dona no lugar, só de raiva. Mas com certeza ele se revirava na tumba já sabendo do equívoco que cometera. Mais uma vez, digo que quem está bem acompanhado garante a diversão da noite. O resto é resto. Nos divertimos.

Domingão finalmente vi Volver, e gostei muito. Mas não saí com aquele encanto que saí quando vi Má educação, o penúltimo do Almodóvar(de 2004), que achei bem mais genial, por me dizer muito mais sobre ele. Sei lá...

Um beijo,
Tita


quinta-feira, novembro 16, 2006

Little Miss Sunshine

Nem de longe esse povo é normal...


"Criança não trabalha,
criança dá trabalho."


Essa frase, de uma música cantada pelo Palavra Cantada é de Arnaldo Antunes e Paulo Tatit, resume absolutamente bem a função da criança na família. E ela cai como uma luva para o filme que escolhi para assistir na noite do feriado: Pequena Miss Sunshine, ou "Little Miss Sunshine". Minha amiga cor-de-rosa falou para eu ir assistir, disse ser o filme a minha cara (agora que já vi fico até um pouco assustada...). Senhorita Mirliton colocou em seu blog, suas impressões sobre o filme, recomendando fortemente a todos que assistissem. Lá fui eu .Trata-se de uma família que, dificilmente, não podemos estabelecer algum grau de identificação. O famoso de perto ninguém é normal. E não é mesmo...Pobre de quem teima achar que é.
A família em fiasco composta por um pai que pensa ter no programa de auto-ajuda que criou a "solução de todos seus problemas" no melhor estilo Tabajara(da tabajara's corporation). Cria-se uma metalinguagem interessante, na sua idéia de auto-ajuda ele será enfim salvo. E, em não dando certo seu projeto, aposta na sua garota de 7 anos a chance de virar a mesa e finalmente deixar de ser um "loser". Muito além do que é possível foi feito para que eles chegassem até a cidade sede do concurso em tempo hábil. E, em lá chegando, percebem o equívoco. Esses mini talentos infantis
são mesmo um show de non-sense, uma violência a natureza da criança. O show da nossa atriz mirim só vem reforçar a violência que isso tudo representa. É para afrontar mesmo e para mostrar que não há diferença entre o show dela e o das outras meninhas precoces que lá estavam. É tudo um despropósito.
Ou como diria meu pai, pediatra acostumado ao convívio familiar diverso, tem mãe(ou pai) que é duro de se criar. Não é?
Um beijo,
Tita

terça-feira, novembro 14, 2006

Atormentada

Passei a noite brigando com a minha cabelereira. Uma senhora de 70 e poucos anos que queria me cobrar quinhentos contos por uma hidratação capilar que não demorou nem 5 minutos para fazer. Eu discutia tão cheia de razão e tão indignada que cheguei a ter lágrimas nos olhos quando acordei. O mais engraçado era também ter na conta uma tal taxa de terremoto(?). Engraçados sonhos são. Ontem ouvi no rádio que a cidade de São paulo tremeu em alguns pontos como consequência de um terremoto que ocorreu no Chile. E minha cabelereira achou por bem colocar uma taxa de terremoto devido o risco de se atuar em São Paulo. Eu pedi a ela uma nota discriminatória com todos os gastos pois iria entrar com um advogado na questão. O advogado era Hebert Viana, dos Paralamas. Sonhos são demais, não são? O mais interessante é abstrair dele o significado e saber o que você deve fazer. E eu sei.

Beijo e bom dia !

Tita

segunda-feira, novembro 13, 2006

Os Infiltrados


Esse foi o meu filme do domingão. Estréia nacional do dito nesse final de semana. Logo, além de mim e do Carlão, metade da torcida do Corinthians e a outra metade da torcida do São Paulo(tri feliz, aliás!) estava lá no cinemark naquela fila tipo cobra sem fim que se instala uma hora antes da sessão. Estou ficando craque nessas filas , já que tenho conseguido ir ao cinema aos domingos de noite. Então, o que se vê, além de casaisinhos adolescentes em pleno "love" dando "uns malhos"(acho tão engraçado esse termo totalmente anos 80, remete malhar o Judas...) como estivessem se despedindo para ir para guerra, são rapazes ou homens atacando seus pacotes de pipocas com as bocas no melhor estilo comercial de bonzo. Embalagens gigantes de pipoca(com manteiga-argh!), somadas ao balde de coca-cola são suficientes para deixar qualquer bípede sem modos nenhum, atacando seu quitute como o bom troglodita do paleolítico, mas penso que no paleolítico as pipocas eram servidas em cumbucas feitas de folha de banananeiras e ficavam no solo mesmo. Nossa, hoje estou ramificando meu pensamento mais do que nunca. Escusa, tá? Outro detalhe da fila é aquele que tenta puxar conversa com você. Não tenho nada contra, acho até que tenho uma cara de responsiva a esse tipo de abordagem, mas convenhamos, nosso círculo de amigos já está grande o suficiente. Ou não? Enfim, vale tudo para ver aqueles minutinhos passarem mais rápido.
Sim, agora vou falar do filme, mas devo colocar com muito cuidado, pois temo que minhas impressões possam comprometer o bom andamento da sessão de quem não viu ainda. E de longe quero ser uma estraga prazeres...
Falarei irrelevâncias, então. A primeira, que justifica eu ter escolhido esse cartaz para abrir o texto, foi que, assim que aparece o Leonardo diCaprio na telona eu tenho um "deja vu" terrível...Carlão não parece com o Jandro??? Nossa, ele á a cara do Jandro!rsrsr... Jandro é o nosso zelador, que apesar de atender queixas de infiltrações(oh! que horrível!) nada tem a ver com o filme. Engraçado, fico pensando no zelador, que de prima eu achava que tinha pinta de cantor de sertaneja, tipo Leandro e Leonardo. Agora está parecido com o "Leo"... Bem, nada de similares de Giseles no prédio!
A segunda observação é como se fuma no filme. O nível de nicotina é altíssimo pricipalmente no setor dos maus elementos. Chega a ser até ser parte do figurino. Policial fuma pouco ou não fuma. A bandidagem fuma desconcertada e seguidamente. Achei engraçado o comentário da menina na saída, quando eu já estava aliviando o joelho. "Meu! Não posso ver filme assim!". Eu de dentro do gabinete formo uma interrrogação na cabeça, mas meu primeiro impulso foi pensar na quantidade de bala por centímetro rodado, que nada. A amiga rebate com "O quê?" e ela diz que tem muito nego fumando em cena e dá uma larica desgramada de cigarro, bem ela que havia parado há treze dias estava louca por uma tragada. Lavo minhas mão pensando no poder de sugestão das imagens, todas elas. É, ou não é, uma afronta eles ordenando nada subliminarmente a massa desenfreada comprar pipocas? Nessa sessão, eu resisti. Mas confesso que depois que descobri que o cinemark tem pipocas doces delicosas é muito mais difícil esse exercício de resistência.
Outra observação que vale o filme é a atuação do Jack Nickolson, um traficante velho tarado cheio de poder. Li que ele de início recusou o papel mas depois aceitou pensando ser uma boa oportunidade fazer um vilão, já que seus últimos papéis eram de comédia. Quem disse que ele não está hilário(para usar um adjetivo bem batido em crítica de comédias) como Frank Costello?
No mais eu gostaria de dizer meus ácidos comentários principalmente sobre a psiquiatra, mas receio mesmo contar o filme ao incauto leitor do blog, então me esquivo. Termino dizendo que no próximo final de semana eu escolherei a estréia que "
VOLVER". Tá bom, trocadalho terrível. Mas estou toda ruinzinha hoje.

Beijo!
Tita.

domingo, novembro 12, 2006

Na minha casa já é Natal...




Acabo de montar o "Natal" na minha casa com a devida vibração dos troianos com cada detalhe que era acrescentado. Do tapetinho na entrada até o Papais Noeis com guisinhos que ficam na maçaneta das portas dos quartos deles. Um "olha que lindo, mamãe!", outro "que demais!". A dúvida quase pertinente do mais velho: " Mas mãe, já é Natal hoje?"... Não filho, mas é Natal a partir de hoje! Agora é esperar a noite feliz chegar!

Bom domingo, com panetone e café. Ao menos em casa o panetone corre solto!
Tita

terça-feira, novembro 07, 2006

Eu amo essa música...

Velha Roupa Colorida

Elis regina, composição : Belchior.

Você não sente não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer (bis)
Nunca mais teu pai falou: "She's leaving home"
E meteu o pé na estrada like a Rolling Stone...
Nunca mais você buscou sua menina
Para correr no seu carro, loucura, chiclete e som
Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido
O dedo em V, cabelo ao vento
Amor e flor, que é de cartaz?
No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais (bis)
Você não sente não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer (bis)
Como Poe, poeta louco americano,
Eu pergunto ao passarinho: "Blackbird, o que se faz?"
Raven never raven never raven
Blackbird me responde
Tudo já ficou atrás
Raven never raven never raven
Assum-preto me responde
O passado nunca mais
Você não sente não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer (bis)
E precisamos rejuvenescer


é isso, um beijo
Tita

domingo, novembro 05, 2006

Dia de sol, dia de sai saudades.


Fazia tempo que eu não a via.
Fazia tempo bom durante o dia.
Fazia tempo que eu guardava
toda a minha saudade para esse dia.
Aí, chegou...
E , Lu Longo, sempre tem um presente:

Do presente, escolhi esse para estar aqui:

Diga-me com quem ondas

O mar é meu companheiro.

Desde a mais tenra infância

seu murmurar me aconselha e consola.

Elegante impecável cancioneiro

ainda que nada em seu momento me doa

o mar me acolhe.

Mesmo assim ainda assim e desse modo assim

me dá sustento limite dimensão

ostrar pérolas peixes e palpites.

Quando ele toca sua música

que eu sempre pego já começada

eu só quero é a onda dele

seu suntuoso e simples princípio maleável

e mais nada!

Elisa Lucinda é atriz , cantora, poetisa. Fundou a Escola Lucinda de Poesia Viva há nove anos e no ano passado teve um poema seu "cantado" na voz de Ana Carolina - "Só de sacanagem", no CD em que a cantora gravou com Seu Jorge. Deve ser uma boa cozinheira também. O feminino sensível que não tem nada de frágil. Não é de hoje que eu já tinha ouvido falar dela e lia coisas dela. Mas é a partir de hoje que tenho o novo livro dela. Vou dormir feliz :)

Meu beijo e meu desejo de uma boa semana.

E um obrigada especial para a Lu!

Tita

sexta-feira, novembro 03, 2006

Mania Minha

Não é mal falar das nossas manias. Um pouco difícil é reconhecê-las, pois fazem parte da nossa rotina, é o nosso dia-a-dia, são nossas atitudes reflexas que fazemos sem pensar. Aí vai minha lista:

1- Dar risada sempre, de quase tudo e para quase todos. Ontem uma mocinha do trabalho disse que eu, ao buscar a cesta básica havia dado risada para o marido dela que estava lá também buscando a cesta básica. Ela do carro viu a cena. O marido chegou no carro e disse, nem conheço aquela médica que me cumprimentou com uma risada, e a moça disse que era eu que trabalhava com ela, achou que era por isso que eu dava a risada. Que nada, na verdade não reconheci o marido dela. Dou risada, pois ao buscar a cesta , todos lá são funcionários do mesmo local que trabalho, então de certa forma, todos conhecidos... Essa cumplicidade. Não é à toa que desde de pequenininha meu pai, muito gentilmente, me chamava de boba alegre.

2- Fazer mil quinhentos e uma coisas ao mesmo tempo. Não sei se é mal intrínsico do signo de gêmeos, ou se da maternidade(mas já era assim antes...). No entanto é certo que uma coisa só é muito pouco para eu sentir que estou fazendo algo. Daí se desprende minha dificuldade em concentração, que venho aprimorando a duras penas.

3- Rainha da procrastinação e do deixe para amanhã o que não está a fim de fazer hoje. Acho muito confortável fazer o que quero quando quero. Já basta tudo que devo fazer por necessidade profissional ou maternal/familiar. Do mais, tento levar minha vida assim, quando e como quero. Tá bom, pode parecer falta de determinação. E é. Mas tudo bem, sem vontade não rola!

4- Adoro leite condensado moça, chocolate branco e uma variante mais simples que encontro em minha cesta básica: leite em pó com açúcar, formando uma gororoba dos deuses. Coisas que vem ajudando em muito a somar quilos ao meu corpinho de trinta e poucos. O prazer dos prazeres.

5- Escutar o Nandito enquanto escrevo, a maioria das coisas que escrevo. Sejam meus textículos infantis, seja esse blogue, seja o que for. Também enquanto preparo almoço(quando preparo),enquanto leio, enquanto passeio na net, enquanto bordo meu ponto cruz(aliás a mania do momento), enquanto tomo banho. Enfim, até debaixo d'água.

Acho que dava pra seguir escrevendo aqui mais "uns par" de manias. Mas eram só cinco. Tá muito bom!

Quem não foi convocado e quiser contar também suas manias, sou toda ouvidos, ou melhor, olhos!
beijos meus!
Tita

quinta-feira, novembro 02, 2006

Ah, essa menina!


Ela é Mari Mesq, conheci no orkut e cheguei ao seu blog. Tudo via HeLô Hele!
Então ela me intimidou, ops, intimou a dizer 5 MANIAS e delegar a mesma função para outras vítimas.














Antes da MANIA, as vítimas que seguem:
Helô Helê, fada madrinha desse encontro!
Lalaiá, minha menina de 18 anos que me ensina a vida.
Beth Blue, blogueira contemporânea minha.
Srta. Mirliton, minha amiga blogueira virtual que tenho um carinho grande.
Marley, minha única e eterna amiga Marley!

Daqui a pouco volto para contar...

Mania minha
Mania que é manha, que é moda
Mania que eu tinha

Mania que é graça
Mania que encanta, que manda
Mania que eu tenho

Mania menina
Mania que passa, que fica
Mania que é birra

Mania maluca
Mania que começa, que acaba
mania que não deixa
esquecer quem eu sou.


Depois te conto!
Tita